
A Petrobras deu início a um novo projeto que poderá transformar os resíduos da atividade pesqueira na Amazônia Legal em fontes renováveis de energia. A iniciativa, formalizada nesta quinta-feira (5) no Rio de Janeiro, envolve a Universidade Federal do Amazonas (UFAM), a FGV Energia e o Instituto SENAI de Inovação em Biomassa (ISI Biomassa), e propõe alternativas sustentáveis para o reaproveitamento de rejeitos da pesca, como forma de combater a poluição hídrica e as emissões de gases de efeito estufa.
O acordo foi assinado pela presidente da Petrobras, Magda Chambriard, durante cerimônia na sede da estatal. A proposta prevê, entre outras frentes, o uso de óleos descartados para produção de biodiesel, a geração de biogás e biometano por meio de biodigestão anaeróbia, e o aproveitamento de subprodutos como matéria-prima para fertilizantes orgânicos e ração animal.
Um dos eixos centrais do projeto será a elaboração de um Atlas nacional sobre o potencial energético proveniente de resíduos da pesca, especialmente nas regiões amazônicas. O estudo reunirá estimativas técnicas e econômicas, e deverá orientar decisões futuras sobre políticas públicas e investimentos em tecnologias limpas.
A parceria também inclui o desenvolvimento de uma planta piloto modular que poderá ser instalada no campus da UFAM. A estrutura funcionará como modelo replicável para outras regiões do país, promovendo práticas de economia circular e integrando tecnologias de reaproveitamento de resíduos com impacto direto na sustentabilidade local.
Além dos ganhos ambientais, o projeto aposta no fortalecimento das cadeias produtivas regionais, com especial atenção às comunidades ribeirinhas e à inclusão social. Há um esforço para valorizar a participação das mulheres, que têm presença significativa na cadeia produtiva da pesca na Amazônia.
“Queremos ser parte ativa na construção de um país mais limpo, justo e tecnologicamente avançado. Esse é o legado que buscamos deixar para as próximas gerações”, afirmou Magda Chambriard, destacando o papel da Petrobras no incentivo à inovação sustentável ao longo de suas sete décadas de atuação.
Aliança com a Embrapii fortalece foco em inovação e economia circular
Na mesma data, a Petrobras também firmou um Protocolo de Intenções com a Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), com o objetivo de impulsionar projetos de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) em áreas estratégicas como energias renováveis, sustentabilidade e tecnologias digitais.
O Centro de Pesquisas da Petrobras (Cenpes), maior da América Latina e um dos mais importantes no setor de energia global, lidera essa frente ao lado da Embrapii. A primeira pauta conjunta da parceria será a economia circular, com foco na valorização de resíduos industriais e no desenvolvimento de soluções para o descomissionamento sustentável.
A parceria prevê a criação de um sistema de governança para seleção e priorização de projetos, reunindo universidades, centros de pesquisa e empresas. A expectativa é que essa articulação gere soluções tecnológicas de alto impacto e acelere a transição energética no país.
Desde sua criação, em 2013, a Embrapii atua como articuladora entre o setor produtivo e as instituições científicas, fortalecendo o ecossistema de inovação no Brasil. A união com a Petrobras promete ampliar ainda mais essa capacidade.