Diferentes tipos de drink - Metrópoles - Foto: Getty Images

Mitos como “cerveja não dá ressaca” ou “vinho faz bem ao coração” são comuns em rodas de conversa, mas não têm respaldo científico. De acordo com especialistas em saúde pública, qualquer tipo de bebida alcoólica traz riscos, inclusive quando consumida em pequenas quantidades.

“Todas as bebidas alcoólicas possuem a mesma substância, o etanol”, explica Jürgen Rehm, cientista do Centro de Dependência de Toronto. No organismo, o etanol se transforma em acetaldeído, composto tóxico que pode danificar o DNA e aumentar o risco de câncer.

A epidemiologista Katherine Keyes, da Universidade de Columbia (EUA), ressalta que o álcool está associado a pelo menos sete tipos de câncer, além de estar relacionado a doenças no fígado, problemas cardiovasculares e transtornos mentais.

Entenda as diferenças — e os perigos — entre os tipos de bebida

Uma taça de vinho, uma lata de cerveja e uma dose de destilado contêm quantidades similares de etanol. A principal diferença entre elas está no ABV (álcool por volume). Cervejas leves e vinhos suaves, por exemplo, possuem teores mais baixos e permitem maior controle de consumo — mas não eliminam os riscos.

“Mesmo doses consideradas baixas, se consumidas com frequência, impactam a saúde”, alertam os especialistas.

Outro ponto de atenção são as misturas com substâncias estimulantes, como energéticos ou café. A cafeína pode mascarar os efeitos da embriaguez, fazendo a pessoa consumir mais álcool sem perceber, o que aumenta os riscos de intoxicação, arritmias e até infartos.

Dicas para reduzir os riscos ao consumir álcool

Embora a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomende evitar completamente o consumo de bebidas alcoólicas como única forma de eliminar riscos, os especialistas sugerem algumas estratégias de redução de danos:

  1. Prefira bebidas com baixo teor alcoólico (ABV)
    – Uma cerveja leve causa menos impacto que um shot de tequila.

  2. Evite misturar álcool com estimulantes (como cafeína e energéticos)
    – Essas combinações mascaram a intoxicação e sobrecarregam o coração.

  3. Beba devagar e intercale com água
    – Isso ajuda o corpo a metabolizar melhor o álcool.

  4. Nunca dirija após consumir bebidas alcoólicas
    – Mesmo em pequenas quantidades, o álcool compromete os reflexos e a segurança no trânsito.

Conclusão

Não existe dose segura para o consumo de álcool, alertam os especialistas. Embora algumas escolhas possam minimizar os impactos, o consumo regular — mesmo que moderado — ainda está associado a diversos danos à saúde.

“Se optar por beber, faça com informação, moderação e responsabilidade”, concluem os profissionais da área de saúde.

Com informações de NSC Total

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