Após uma reunião a portas fechadas na manhã desta terça-feira (29), a Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (ALE-AM) decidiu realizar uma nova eleição para a Mesa Diretora na próxima quinta-feira (31). A decisão foi motivada pela suspensão da reeleição do deputado Roberto Cidade (UB) pelo ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), ocorrida na noite de segunda-feira (28). Cidade havia sido reconduzido ao seu terceiro mandato como presidente da Casa em uma eleição antecipada realizada em fevereiro de 2023.

Apesar da determinação do STF, que impede o terceiro mandato consecutivo, Roberto Cidade permanece como candidato à presidência e conta com o apoio de diversos parlamentares, apesar das pressões internas de deputados novatos que reivindicam assentos na Mesa Diretora. “Vamos dialogar, conversar e buscar o entendimento do que é melhor para o povo do Estado do Amazonas. A Assembleia Legislativa é soberana. É natural que outras pessoas tentem intervir, isso é parte do processo democrático, mas eu vou continuar sendo o Roberto de sempre”, afirmou Cidade na tribuna, em discurso antes da reunião com os parlamentares.

Apoio ao terceiro mandato

Durante a sessão, parlamentares declararam apoio a Cidade. O deputado Abdala Fraxe (Avante) reafirmou seu apoio, defendendo a liderança do atual presidente em benefício do povo amazonense. “Pode contar com o meu apoio para que esta casa continue com sua administração e faça o bem para o povo do Amazonas”, disse Fraxe.

Outro aliado de Cidade, o deputado Cabo Maciel (PL), encorajou o presidente a concorrer novamente. “Se hoje o senhor puder ser candidato, venha e mantenha sua liderança. Vamos mostrar que a soberania da Casa legislativa está conosco. Quem manda somos nós”, discursou Maciel.

Sinésio Campos (PT) destacou que Cidade demonstra “trato e zelo” com a Assembleia e o Estado, ressaltando que “não se mexe em time que está ganhando”. “Pode ter cinco, dez eleições, Roberto Cidade continuará sendo nosso presidente porque conduz com maestria todos os parlamentares de forma indistinta”, afirmou Campos.

A deputada Alessandra Campêlo (Podemos) também manifestou seu apoio, garantindo que, caso uma nova eleição aconteça, votará em Cidade. “A decisão foi unânime, e não há como dizer que algum grupo dentro da Assembleia não está sendo representado”, declarou.

Outros deputados, como Dr. Gomes (Podemos) e Thiago Abrahim (União Brasil), reforçaram seu apoio à reeleição de Cidade.

Impasse político e jurídico

A disputa pela presidência da ALE-AM agora enfrenta um impasse que se estende ao cenário jurídico. A possibilidade de novas intervenções e reações judiciais permanece no horizonte caso a decisão do STF, que impede o terceiro mandato consecutivo, seja desconsiderada na próxima eleição.

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