
Seguir uma alimentação equilibrada e segura durante a gestação é mais do que uma recomendação: é um cuidado essencial com a saúde da mãe e o desenvolvimento do bebê. O que antes era rotina no cardápio pode precisar ser deixado de lado por representar risco de infecções alimentares ou presença de substâncias perigosas para o feto.
“Esses alimentos podem comprometer o desenvolvimento do bebê e, em alguns casos, causar infecções graves”, alerta a nutróloga e endocrinologista Bruna Nanes, que atende no Rio de Janeiro.
Por que o risco é maior na gestação?
Durante a gravidez, o sistema imunológico da mulher está mais sensível, e o do bebê ainda está em formação. Isso significa que infecções que seriam leves em outro momento podem ter consequências mais graves nessa fase.
Um exemplo é a bactéria Listeria monocytogenes, que pode estar presente em alimentos como carnes cruas, leite não pasteurizado ou vegetais mal lavados. Essa bactéria causa a listeriose, uma infecção grave que pode levar a problemas neurológicos no bebê ou até aborto espontâneo.
O que a grávida não deve comer?
Veja os principais alimentos que devem ser evitados durante a gestação:
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Ovos crus ou mal cozidos: risco de Salmonella.
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Carnes cruas ou mal passadas: risco de toxoplasmose.
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Leites e queijos não pasteurizados: risco de listeriose.
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Peixes crus e defumados: risco de infecção por parasitas ou bactérias.
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Alguns peixes grandes (como atum, tubarão, cavala): risco de contaminação por mercúrio.
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Embutidos (presunto, salame, salsicha) e patês industrializados: alto teor de sódio e conservantes.
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Brotos crus (como alfafa e feijão): alto risco de contaminação bacteriana.
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Saladas fora de casa: podem estar mal higienizadas, com risco de contaminação.
“Em casa, com higienização correta — usando hipoclorito, por exemplo —, a gestante pode consumir vegetais crus com mais segurança. O problema é o consumo em locais com higiene duvidosa”, alerta a nutricionista Carolina Xavier, do Hospital Felício Rocho (MG).
Pode tomar café durante a gestação?
A cafeína deve ser consumida com moderação. O excesso pode prejudicar o sono da gestante, causar ansiedade e até interferir no crescimento fetal.
O ideal, segundo a médica Bruna Nanes, é não ultrapassar 200 mg de cafeína por dia, o equivalente a duas xícaras pequenas de café.
E o álcool? Existe uma dose segura?
Não. As especialistas são unânimes: qualquer quantidade de álcool na gravidez pode ser prejudicial.
“Mesmo pequenas doses podem afetar o desenvolvimento neurológico do bebê. A recomendação é abstinência total durante toda a gestação”, reforça Bruna.
Como lidar com a vontade de comer o que não pode?
Nem sempre é fácil abrir mão de certos alimentos, mas existem maneiras saudáveis de lidar com os desejos da gestação.
“A ideia não é proibir, mas entender de onde vem essa vontade e como adaptar isso com segurança. Comer com atenção plena, fazer pequenas refeições ao longo do dia e manter boa hidratação ajudam a controlar os impulsos”, orienta a endocrinologista.
Acompanhamento profissional faz toda a diferença
Contar com a orientação de nutricionistas, obstetras e nutrólogos durante a gravidez é fundamental. Eles podem ajustar o cardápio, sugerir alternativas seguras e garantir que mãe e bebê tenham os nutrientes necessários para uma gestação saudável.
Com informações de Metrópoles