A cidade de Barcelos, localizada na calha do Rio Negro, no Amazonas, enfrenta uma situação crítica devido à interrupção da coleta de lixo promovida pelo prefeito Edson Mendes. A medida ocorreu uma semana antes do término de sua gestão, em meio à insatisfação pela derrota de seu candidato, Sérgio Caldas, nas eleições de 6 de outubro. O novo prefeito eleito, Radson Rogerton dos Santos Alves, conhecido como “Radinho”, assumirá o cargo em janeiro.
Com a suspensão do serviço essencial, as ruas da cidade estão tomadas por resíduos. Para evitar o agravamento do problema, moradores que possuem veículos como picapes e caminhões começaram a cobrar R$ 5,00 para recolher o lixo das residências. A cobrança, segundo os voluntários, destina-se a cobrir os custos de combustível e remuneração dos responsáveis pela coleta improvisada.
“Não podíamos esperar mais. É uma questão de saúde pública. Enquanto o prefeito se omite, estamos fazendo o possível para evitar que a virada do ano seja marcada pelo lixo acumulado nas ruas”, afirmou um morador que participa das ações voluntárias.
Além do transtorno nas ruas, a situação expõe um problema maior: o lixão de Barcelos, localizado na cabeceira do aeroporto da cidade. Em junho deste ano, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), órgão vinculado ao Ministério de Portos e Aeroportos, interditou o aeroporto por conta do depósito de lixo nas proximidades, alegando riscos à segurança aérea.
A interrupção da coleta de lixo escancara o descaso com a população em um momento de transição política, deixando Barcelos em um estado de abandono e evidenciando a falta de responsabilidade da atual gestão.
A comunidade espera que as autoridades estaduais e federais tomem providências para evitar que a situação se agrave ainda mais, trazendo prejuízos à saúde pública e ao meio ambiente na região.