Antes da lei de âmbito nacional, o feriado já era lei em seis estados e em mais de mil cidades do Brasil. Além de fixar o feriado nacional no calendário, a sanção presidencial associou a data a Zumbi dos Palmares.
O PL do Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra teve como autor o senador Randolfe Rodrigues (PSol-AP). A aprovação teve 286 votos favoráveis e 121 contra. Dois parlamentares se abstiveram.
Ministra dos Direitos Humanos e da Cidadania, Macaé Evaristo defendeu nesta semana, no programa Roda Viva da TV Cultura, que é preciso entender o passado para que as consequências da escravidão possam ser superadas ou ao menos minimizadas.
“Sobre a escravidão negra, por exemplo, nós não avançaremos do ponto de vista de construir relações raciais efetivas, não hierárquicas no nosso país, se de verdade a gente não olhar para o processo que construiu os nossos procedimentos atuais”, afirmou.
Zumbi dos Palmares
A data do feriado coincide com a da morte de Zumbi dos Palmares, ocorrida em 1695. Após ser alvo de traição, ele foi preso e morto. Zumbi foi um dos principais líderes negros escravizados no período colonial do Brasil.
Ao nascer, Zumbi dos Palmares foi batizado como Francisco. O quilombo criado por ele chego a ter 20 mil habitantes. A estrutura ficava na Serra da Barriga, no município de União dos Palmares (AL), um lugar que não era de fácil acesso, o que dificultava ações de captura. Ele incentivou a fuga de escravos e liderou a resistência contra a escravidão.
Nascido livre em Palmares, Zumbi foi escravizado por um padre quando tinha apenas 6 anos. Ele chegou a aprender latim e servir à missa. Quando tinha 15 anos, Zumbi fugiu e retornou ao Quilombo, onde se tornou o guerreiro Zumbi. Em 1694, uma expedição portuguesa destruiu o quilombo, um ano antes da morte do líder.