Carteira de Trabalho Digital (Crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), apontou a criação de 148.992 vagas com carteira assinada em maio de 2025. O número representa a diferença entre 2.256.225 admissões e 2.107.233 desligamentos no período.

Apesar do saldo positivo, todas as novas vagas foram de até dois salários mínimos. Já nas faixas salariais mais altas, houve queda no número de empregos, o que provocou uma redução no salário médio de admissão, que ficou em R$ 2.248,71 — R$ 10,98 a menos que em abril, representando queda real de 0,49%.

Mercado aquecido entre os jovens e ocupações de menor remuneração

O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, destacou que 98 mil dos novos postos foram preenchidos por jovens de 18 a 24 anos, contrariando a ideia de que essa faixa etária rejeita empregos formais. Já o economista Bruno Imaizumi, da LCA Consultores, afirmou que o crescimento nas contratações reflete a inclusão formal de trabalhadores que antes estavam no mercado informal, o que ele vê como um avanço social, apesar dos salários mais baixos.

Setores com melhor desempenho em maio:

  • Serviços: +70.139 vagas

  • Comércio: +23.258

  • Indústria: +21.569

  • Agropecuária: +17.348

  • Construção: +16.678

Todas as regiões tiveram saldo positivo:

  • Sudeste: +74.536 vagas

  • Nordeste: +45.888

  • Norte: +10.836

  • Centro-Oeste: +10.504

  • Sul: +7.117

Apesar dos números, o resultado ficou abaixo da expectativa do mercado, que previa cerca de 179 mil novas vagas. No acumulado de 2025, o saldo é de 1.051.244 novos empregos, crescimento de 4,9% inferior ao mesmo período de 2024.

Ministro critica juros altos

Luiz Marinho voltou a atacar a taxa Selic, hoje em 15,00% ao ano, que considera “excessivamente alta” e prejudicial ao crescimento do emprego. Segundo ele, o ritmo de geração de vagas poderia ser mais robusto sem a interferência da política monetária.

“Somos escravos do juro alto. Se não fossem os juros nesse patamar, estaríamos crescendo mais”, afirmou.

PNAD confirma cenário de melhora no emprego

Dados recentes da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) também reforçam o cenário de melhora no mercado de trabalho:

  • Menor taxa de desemprego da série histórica para o trimestre encerrado em maio.

  • 39,8 milhões de pessoas com carteira assinada, novo recorde.

  • Queda da informalidade para 37,8%.

  • Massa salarial recorde: R$ 354,6 bilhões, crescimento de 5,8% em um ano.

  • Rendimento médio real: R$ 3.457, alta de 3,1% em 12 meses.

Segundo o IBGE, o aumento na massa de rendimento ocorreu principalmente pela expansão do número de ocupados, e não por aumento nos salários.

Com informações de IstoÉ

Artigo anteriorSamba na Roça Promete Uma Noite de Música e Diversão na Showpana dos Ases.
Próximo artigoCADE dá 60 dias para CSN vender ações da Usiminas e reacende disputa de 15 anos