Imagem colorida mostra Lula e Zelensky - Metrópoles - Foto: Arte/Metrópoles

As relações entre Brasil e Ucrânia atravessam um período de distensão após desentendimentos marcados por críticas de Kiev ao posicionamento do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em relação à guerra com a Rússia.

Contexto das tensões

Desde o início do terceiro mandato de Lula, o governo ucraniano tem demonstrado insatisfação com declarações e gestos brasileiros, interpretados como pró-Rússia. Entre os principais pontos de atrito estão:

  • A retórica de neutralidade adotada pelo Brasil no conflito, vista por Kiev como equívoca ou conivente com Moscou;

  • A participação de Lula nas comemorações do Dia da Vitória em Moscou (maio de 2024), evento simbólico para o governo de Vladimir Putin;

  • A recusa de conversas telefônicas com Lula por parte de Zelensky, que viu as tentativas como “gestos cínicos” para suavizar a imagem do Brasil no cenário internacional.

Tentativa de reaproximação no G7

Durante a cúpula do G7 no Canadá, um reencontro entre Lula e Zelensky chegou a ser cogitado como sinal de reconciliação diplomática. No entanto, problemas de agenda e a necessidade de Lula retornar ao Brasil inviabilizaram a reunião.

Mesmo sem o encontro, diplomatas brasileiros avaliam positivamente o esforço bilateral. Um representante do Itamaraty destacou que “o gesto foi trabalhado dos dois lados” e que a falta de tempo “reflete limitações logísticas, e não desinteresse político”.

Posto diplomático ucraniano permanece vago

Desde junho, a Embaixada da Ucrânia no Brasil está sem chefe diplomático. O ex-embaixador Andrii Melnyk deixou o cargo para assumir posto na ONU, e Kiev optou por manter a posição vaga como sinal político de descontentamento.

Segundo fontes diplomáticas, a indicação de um novo embaixador pode ser feita em julho, o que seria interpretado como passo concreto rumo à normalização das relações.

Análise e perspectivas

  • A retomada do diálogo Brasil-Ucrânia é crucial para a atuação internacional de Lula, que busca protagonismo como mediador da paz;

  • A falta de alinhamento público com o Ocidente em relação à guerra na Ucrânia prejudicou a imagem do Brasil em fóruns multilaterais;

  • A recomposição das relações com Kiev é vista como estratégica, especialmente no contexto da reforma do Conselho de Segurança da ONU e da busca por maior influência no G20.

Com informações de Metrópoles

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