Foto: Wynitow Butenas/Hospital Pequeno Príncipe

Curitiba, 2 de julho de 2025 — O Brasil já contabiliza mais de 4.400 casos de meningite em 2025, segundo dados do Ministério da Saúde. Para conter o avanço da doença, o Sistema Único de Saúde (SUS) passou a aplicar, a partir desta terça-feira (1.º), a vacina meningocócica ACWY como dose de reforço para crianças de 12 meses.

A medida segue diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS), que pretende controlar globalmente as meningites meningocócicas até 2030.

A meningite é uma inflamação das meninges, as membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal. Pode ser causada por vírus ou bactérias — sendo a infecção meningocócica, de origem bacteriana, uma das mais graves e de rápida progressão, principalmente em crianças menores de 5 anos.

Sinais e riscos

“Na meningite meningocócica, os sintomas mais comuns são febre, dor de cabeça intensa e vômitos”, explica o infectologista Victor Horácio de Souza, do Hospital Pequeno Príncipe, maior centro pediátrico do país.

A doença também pode se manifestar na forma de meningococcemia, com febre e manchas vermelhas ou roxas na pele (petéquias) — indícios de sangramento e de quadro clínico mais severo.

“Há casos em que os dois quadros ocorrem simultaneamente, agravando ainda mais a situação da criança. Pode haver complicações como convulsões, insuficiência renal e lesões de pele”, alerta o especialista.

Novo esquema vacinal: mais proteção

Antes da atualização, a vacina ACWY era aplicada apenas em adolescentes de 11 a 14 anos. Agora, o novo esquema vacinal infantil prevê:

  • 1ª dose da meningocócica C aos 3 meses;

  • 2ª dose aos 5 meses;

  • Reforço com a meningocócica ACWY aos 12 meses.

A vacina ACWY protege contra os sorogrupos A, C, W e Y do meningococo. Antes, o SUS cobria apenas o tipo C.

“Ampliar a cobertura vacinal contra esses quatro tipos é essencial. A vacina é segura, eficaz e bem tolerada”, afirma a pediatra Heloísa Giamberardino, do Centro de Vacinas do Hospital Pequeno Príncipe.

Procure a unidade de saúde

A recomendação é que pais e responsáveis verifiquem a situação vacinal das crianças em uma unidade básica de saúde. A vacinação é especialmente importante durante o outono e o inverno, quando há maior circulação do meningococo.

“A meningite meningocócica pode evoluir muito rápido, exigindo internação em UTI. A prevenção pela vacina é a forma mais eficaz de salvar vidas”, ressalta a médica.

Sobre o Hospital Pequeno Príncipe

Com sede em Curitiba (PR), o Hospital Pequeno Príncipe é o maior hospital pediátrico do Brasil. Atua há mais de 100 anos como instituição filantrópica, oferecendo assistência humanizada e de alta complexidade a crianças e adolescentes.

Referência nacional em pediatria, possui 369 leitos, sendo 76 de UTI, e 74% dos atendimentos são realizados pelo SUS. Em 2024, o hospital realizou 259 mil atendimentos ambulatoriais, 20 mil cirurgias e 293 transplantes.

Reconhecido internacionalmente, foi eleito pela revista Newsweek, pelo quarto ano consecutivo, como o melhor hospital exclusivamente pediátrico da América Latina.

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