
O Brasil recebeu, entre 2015 e 2024, mais de 454 mil solicitações de refúgio de pessoas vindas de 175 países diferentes, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (13) pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP). O levantamento revela o crescimento e a diversidade dos fluxos migratórios, além da predominância de homens entre os solicitantes, com destaque para o ano de 2015, quando eles representaram 76,4% dos pedidos.
Os dados foram apresentados com base em informações do Comitê Nacional para os Refugiados (Conare), órgão vinculado ao MJSP, e mostram que quatro nacionalidades concentram a maior parte dos pedidos no período analisado:
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Venezuelanos: 266.862 solicitações
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Cubanos: 52.488
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Haitianos: 37.283
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Angolanos: 18.435
Juntos, esses países representaram 82,6% dos registros de refúgio entre 2015 e 2024.
Solicitações em 2024 crescem 16,3%
Somente em 2024, o Brasil recebeu 68.159 solicitações de refúgio — um aumento de 16,3% em comparação com o ano anterior. Os principais países de origem dos requerentes neste ano foram:
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Venezuela: 27.150
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Cuba: 22.288
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Angola: 3.421
O destaque ficou para os cubanos, cuja presença cresceu 94,2% em relação a 2023.
Perfil dos solicitantes
Neste ano, os homens continuaram a ser maioria entre os solicitantes de refúgio, representando 59,1% do total, contra 40,9% de mulheres. Entre os cubanos, no entanto, houve maior equilíbrio de gênero: 53% homens e 46,9% mulheres.
O recorte etário também revelou diferenças: 24,3% das mulheres solicitantes tinham menos de 15 anos de idade, enquanto a faixa de 25 a 39 anos concentrou 63,2% de homens.
Região Norte concentra quase metade dos pedidos
Do total de solicitações protocoladas em 2024, 44,4% foram registradas em unidades da Região Norte. Ainda assim, São Paulo liderou o ranking por estado, com 36,1% dos pedidos, seguida por Roraima (35,6%) e Amazonas (5,1%).
No total, o Conare analisou 67.791 pedidos neste ano e reconheceu 13.632 pessoas como refugiadas. Ao fim de 2024, o Brasil contabilizava 156.612 refugiados oficialmente reconhecidos.
Com informações de CNN Brasil