
Mesmo com o avanço de quatro posições, o Brasil ocupa apenas o 58º lugar entre 69 países no ranking de competitividade global de 2025, elaborado pelo Institute for Management Development (IMD) em parceria com a Fundação Dom Cabral (FDC). A melhora foi pontual e impulsionada por fatores conjunturais, como aumento do investimento estrangeiro e da geração de empregos, mas o país ainda enfrenta desafios estruturais profundos.
Desempenho por pilares
O estudo analisa quatro áreas principais:
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Desempenho econômico: destaque positivo (30º lugar), com bons resultados em:
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Investimento direto estrangeiro (5º)
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Crescimento do emprego (7º)
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Energia renovável (5º)
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Atividade empreendedora (8º)
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Educação e produtividade: posições críticas
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Educação básica e habilidades linguísticas: 69º (último)
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Produtividade da força de trabalho: 67º
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Mão de obra qualificada: 68º
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Custo do capital: 69º
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“Sem força de trabalho qualificada, tecnologia e inovação, não vamos sustentar esse avanço no longo prazo”, destacou Hugo Tadeu, diretor da FDC.
Alerta sobre políticas públicas
A melhora no ranking não representa avanço estrutural. Segundo especialistas, o Brasil continua dependente de medidas emergenciais, como subsídios e aumento pontual de capital, mas carece de visão estratégica de longo prazo.
“Competitividade se constrói com políticas públicas consistentes, não com soluções improvisadas”, afirmou Tadeu.
Além disso, o aumento da carga tributária e do IOF foi apontado como um fator que afugenta investidores e encarece o ambiente de negócios.
Caminhos sugeridos
Para sair da estagnação e alcançar os países mais competitivos, como Suíça (1º), Cingapura (2º) e Dinamarca (4º), o relatório aponta como prioridades:
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Redução do custo de capital
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Simplificação tributária
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Ambiente regulatório previsível
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Formação de mão de obra qualificada
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Lideranças preparadas para a transformação digital
Potenciais brasileiros
Apesar dos entraves, o Brasil mantém ativos estratégicos, como uma matriz energética limpa, resiliência do agronegócio e capacidade de atrair capital estrangeiro. No entanto, especialistas alertam: “O Brasil precisa deixar de ser só uma promessa. Crescimento sustentável exige estratégia, educação e inovação.”
Com informações de IstoÉ