As autoridades da Bulgária resgataram 75 idosos vítimas de maus-tratos em duas casas de repouso clandestinas na vila de Yagoda, na cidade de Stara Zagora, no último sábado (7/6). Os pacientes foram encontrados em condições alarmantes: muitos com os pés amarrados e sob efeito de narcóticos, em ambientes degradantes e sem qualquer contato com o mundo exterior.
A operação foi conduzida pela polícia e pelo Ministério Público, após os responsáveis pelas instituições terem negado acesso às instalações em duas ocasiões. O caso foi descrito pelo ministro da Justiça, Georgy Georgiev, como um cenário digno de “casas do horror”.
Segundo o ministro, os estabelecimentos estavam registrados inicialmente como lares para idosos, mas o proprietário renunciou à licença e os reclassificou como “quartos para alugar”, o que levantou suspeitas de irregularidades. A investigação revelou que os locais funcionavam de forma ilegal e sem supervisão adequada.
Idosos sedados e sem pertences
Durante a inspeção, 19 idosos foram encontrados na primeira residência e outros 56 na segunda. A maioria estava em estado de saúde debilitado, alguns com ferimentos e completamente isolados. Dezoito idosos foram levados de ambulância ao hospital de Stara Zagora, e duas vítimas estão em estado grave.
De acordo com o vice-ministro do Bem-Estar Social, Ivan Krastev, os residentes tiveram seus dinheiros, documentos e pertences pessoais confiscados pelos responsáveis pelas casas.
“A maioria das famílias se recusou ou não teve condições de receber os idosos de volta. Estamos garantindo atendimento contínuo, e parte dos resgatados foi encaminhada para instituições públicas em Stara Zagora e Kazanlak”, informou.
Estrutura precária e cárcere privado
Os imóveis inspecionados estavam em péssimas condições de higiene e segurança. De acordo com o governo búlgaro, os idosos viviam sem roupas de cama, com maçanetas de janelas removidas e privados de qualquer contato com o exterior.
A operação faz parte de uma ação interdepartamental para fiscalizar casas de repouso em todo o país e combater o que as autoridades chamam de “máfia imobiliária” — um esquema que se aproveita de propriedades mal fiscalizadas para explorar financeiramente pessoas vulneráveis.
Cinco pessoas foram presas e documentos e evidências foram apreendidos. As investigações continuam, e novas inspeções devem ocorrer nos próximos dias para garantir a segurança de outros idosos em situação semelhante.
Cim informações de Metrópoles
