Foto: Alexandre Vieira

Na segunda noite do 58º Festival Folclórico de Parintins, realizada neste sábado (28), o Boi Caprichoso voltou a encantar o público com um espetáculo vibrante que exaltou a cultura negra, os rituais indígenas e a tradição oral amazônica. Com o tema “Kizomba: Retomada pela Tradição”, a apresentação reforçou a representatividade dos povos da floresta e a memória ancestral da Amazônia.

“Hoje o Caprichoso preparou mais um grande espetáculo. Trouxemos muitas novidades e seguimos firmes na busca pelo tetracampeonato. É um trabalho construído ao longo de meses e que chega à arena com dedicação total”, afirmou o levantador de toadas Patrick Araújo, que conduziu alguns dos momentos mais marcantes da noite, como a interpretação da toada Sensibilidade, que levantou a arquibancada.

Tradição e ancestralidade em cena

A abertura ficou por conta da Figura Típica Regional, representada pelos Marandoeiros e Marandoeiras da Amazônia – guardiões da oralidade popular que transmitem causos e memórias das comunidades ribeirinhas. A alegoria, assinada por Márcio Gonçalves e Nildo Costa, celebrou a força dos contadores de histórias da floresta.

Entre os destaques da noite, a Lenda Amazônica trouxe à arena a história do Sacaca Merandolino – o Encantado de Arapiuns, obra do artista Alex Salvador. A lenda retrata a trajetória de um curandeiro que, após a morte, tornou-se guardião espiritual das águas do rio Arapiuns.

A Rainha do Folclore também teve uma entrada de grande impacto, surgindo do interior de uma das alegorias centrais. Já no Ritual Indígena, o Caprichoso apresentou “Musudi Munduruku – A Retomada dos Espíritos”, uma homenagem espiritual e de resistência ao povo Munduruku, com criação do artista Kennedy Prata e participação do Pajé Erick Beltrão.

Emoção azulada na arena

A comoção tomou conta da galera azulada ao longo da apresentação. O professor Luiz Oliveira, de 46 anos, que representou o Item 19 – Galera –, destacou o impacto da performance. “Eu estou muito emocionado. O boi estava gigante, brilhante, lindo, impactante. Vamos ser tetracampeões, tenho certeza. É uma emoção que só quem está aqui consegue perceber e sentir”, disse.

O 58º Festival Folclórico de Parintins encerra sua programação neste domingo (29), com a terceira e última noite de apresentações no Bumbódromo. A expectativa é de mais uma noite de espetáculo e celebração da cultura amazônica.

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