
O deputado estadual Carlos Minc (PSB-RJ), autor da primeira lei do país que autorizou o uso da cannabis medicinal, defendeu publicamente o incentivo ao cultivo da planta com fins terapêuticos no Brasil. Segundo o parlamentar, o país possui amplo potencial agrícola e tecnologia de cultivo por meio de associações, mas ainda esbarra em entraves ideológicos que, segundo ele, dificultam o avanço do setor.
“Com imenso potencial agrícola e tecnologia de cultivo via associações, deixamos de gerar emprego e renda pelo obscurantismo que trava a produção nacional”, afirmou Minc, que também foi ministro do Meio Ambiente durante o segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A declaração foi publicada na coluna Painel, do jornal Folha de S. Paulo.
O mercado de cannabis medicinal tem apresentado crescimento acelerado no Brasil. Em 2024, o número de pacientes que utilizam produtos à base da planta alcançou 672 mil — um aumento de 56% em relação ao ano anterior. O setor movimentou R$ 852 milhões no último ano, indicando seu potencial econômico e social.
Apesar disso, a maior parte dos pacientes ainda depende da importação: 46,5% adquirem seus medicamentos do exterior. Outros 31,6% compram em farmácias brasileiras, enquanto 21,9% contam com o suporte de associações que produzem os produtos de forma legalizada e controlada.
Para Minc, destravar as barreiras que impedem a produção nacional poderia representar não apenas acesso mais amplo aos tratamentos, mas também geração de empregos e desenvolvimento econômico sustentável.