Quando descobrimos as nossas fraquezas, as nossas mazelas, como lidamos com elas? Como você lida com os seus problemas? Você se fecha ou procura ajuda? Como você lida com aquilo que mais lhe causa medo? 

Hoje, quantas pessoas passam por problemas? Milhares, milhões, talvez! Mas você não pode desistir, se sentir sozinho\a e abandonado\a. Procure ajuda. Peça ajuda. Sempre haverá alguém disposto\a a lhe ajudar.   

Lembre-se: até Jesus sofreu as dores do mundo, mas Ele não se fechou em Si, pediu ajuda: “Pai, se queres, afasta de mim este cálice; entretanto, não seja feita a minha vontade, mas o que Tu desejas!” (Lucas, 22:42). 

Dessa forma, não podemos ficar presos em nossas dores, em nossas fraquezas. Quem quer sair do fundo do poço deve buscar ajuda. Ninguém sai de um lamaçal sozinho, é preciso que alguém lhe estenda a mão. 

Por isso, quando você estiver se sentido sozinho\a, precisando de apoio, nem que seja contra os seus próprios princípios, evite ficar fechado em si mesmo\a. E o mais importante: que você esteja aberto para receber ajuda. 

Nunca faça que nem aquele homem da história que nos conta o escritor brasileiro Paiva Neto (https://www.paivanetto.com/pt) e que agora transcrevo aqui para você, com pequenas alterações. A história é a seguinte: 

“Durante uma enchente, um camponês estava sentado no telhado da sua casa, com água já lhe chegando aos pés. Pouco depois, passou um homem numa canoa e gritou: 

— Ei! Quer uma carona até um lugar mais seguro? 

— Não, obrigado! — respondeu. — Tenho fé em Deus e Ele vai me salvar! 

Em pouco tempo a água subiu até a cintura daquele homem. Foi quando veio uma lancha e alguém, aos brados, o chamou: 

— Você aí! Quer uma ajudazinha até um terreno mais elevado? 

— Não, grato! Confio em Deus. Ele me salvará! 

Posteriormente, um helicóptero atravessou os ares, e o teimoso homem já estava de pé no telhado, com água pelo pescoço. 

— Agarre a corda! — clamou o piloto. — Vou puxar você para cá! 

— Não, muito agradecido — respondeu —, mas não posso ir. Acredito em Deus e Ele há de me salvar! 

No final, foi arrastado pela inundação. Depois de muitas horas nadando, o pobre homem, exausto, afogou-se. Ao chegar no Céu, encontrou o Criador e lamentou-se do que lhe havia ocorrido: 

— Senhor, acreditei em Vós e acabei morrendo! Que foi que aconteceu? 

Deus então lhe falou assim: 

— Ora, de que estás reclamando?! Mandei-te dois barcos e um helicóptero, e tu não te valeste das oportunidades que te ofereci…”. 

Especialistas da área do comportamento humano afirmam que, na atualidade, o que mais caracteriza à vida humana, o que vai contra o humanismo contemporâneo, é o egoísmo. 

A maldade humana parece dominar todos os cenários possíveis, todas as camadas sociais. É tanta gente que só pensa em si, nos próprios interesses, que parece que estamos vivendo uma guerra de todos contra todos. 

O que vem contribuindo para essa chaga, além do pensamento egoísta, é o questionamento sobre os potenciais benefícios que pensamos receber de ações que sabidamente são antiéticas. 

O orgulho, o radicalismo, o fanatismo, atrapalham a caminhada do ser humano aqui na Terra. Evoluir, espiritualmente, significa romper com as convicções pessoas de certo e errado, é abrir-se para o Outro. 

As nossas dores e o nosso egoísmo só serão curadas quando tomarmos consciência de que as nossas ações têm implicações morais, sociais e políticas, notadamente no campo da política, da ecologia e da bioética.  

Um mundo mais justo, fraterno e igual para todos e todas só será possível quando aprendermos que o amor de Deus é isso: adesão pela vida, pela liberdade, pela ética; é, por assim dizer, constitutivo do nosso amor para com o próximo e do nosso perdão sobre o mundo.  

Por fim, nunca faça aos outros aquilo que você não gostaria que fizesse a você. Ou seja, se for possível, faça como Jesus fez: “Se alguém bater em você numa face, ofereça-lhe também a outra. Se alguém tirar de você a capa, não o impeça de tirar a túnica” (Lucas 6: 29). O amor de Deus não valer apenas para nós, vale, também, para os outros! 

Luís Lemos é filósofo, professor universitário e escritor, autor, entre outras obras, de Filhos da Quarentena: A esperança de viver novamente, Editora Viseu, 2021. 

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