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A endometriose é uma doença bastante comum que acomete, principalmente, mulheres em idade reprodutiva. No Brasil, ela atinge uma a cada 10 brasileiras entre 25 e 35 anos, de acordo com dados do Ministério da Saúde.

A doença é caracterizada pela inflamação do sistema reprodutivo feminino. Ela ocorre quando células do endométrio (tecido que reveste o útero por dentro) não são expelidas durante a menstruação e migram para outras regiões do corpo, como o ovário, as trompas e o intestino.

De acordo com o ginecologista Thiers Soares, muitos casos demoram anos para serem diagnosticados devido ao desconhecimento dos sintomas, que muitas vezes são confundidos com cólicas menstruais intensas. O atraso médio mundial é de oito anos entre as primeiras queixas da paciente e o diagnóstico definitivo.

O médico usa informações do senso comum para esclarecer o que é mito e o que é verdade sobre o assunto:

1. Quem tem endometriose não pode engravidar

Mito. O tratamento cirúrgico ou as terapias de reprodução assistida aumentam a possibilidade de gravidez. Com o tratamento correto, é possível que a paciente tenha uma vida reprodutiva normal.

“60% das portadoras de endometriose engravidarão sem dificuldades. As outras 40% podem ter problemas para ter filhos. Mas, mesmo existindo dificuldade, é possível realizar tratamentos clínicos, cirúrgicos e técnicas de reprodução assistida”, afirma o médico.

2. Toda mulher com endometriose precisa retirar o útero

Mito. “A cirurgia para retirada do útero só é recomendada em casos específicos, quando a paciente já passou por outros tipos de tratamento que não surtiram efeito”, afirma o especialista Thiers Soares.

O médico informa que existem outras alternativas para controlar a doença. Ele ressalta que a remoção do útero causa mudanças significativas no corpo da mulher e impossibilita uma gravidez futura.

3. A alimentação ajuda a reduzir os sintomas

Verdade. A alimentação é uma aliada no controle dos sintomas da endometriose, principalmente dos efeitos intestinais e das dores.

De acordo com o ginecologista, estudos científicos comprovam que os alimentos e o estilo de vida podem influenciar no metabolismo das prostaglandinas, hormônios que atua nos processos inflamatórios do corpo, no ciclo menstrual e na liberação de estrogênio.

Dessa forma, uma dieta rica em antioxidantes, presente em frutas e verduras, pode amenizar os sintomas de endometriose.

4. A endometriose é assintomática

Mito. Os casos assintomáticos podem acontecer, mas são pouco frequentes. O que costuma ocorrer é que as dores provocadas pela endometriose sejam confundidas com cólicas intensas.

Por isso, de acordo com Soares, é importante conhecer os sintomas mais frequentes da doença: cólicas dolorosas, dor durante as relações sexuais e dificuldade para engravidar.

5. Realizar exercícios alivia os sintomas

Verdade. A prática diária de exercícios estimula a liberação de hormônios que auxiliam na redução das dores.

6. Endometriose agrava o risco de câncer

De modo geral, não. Existe uma pequena correlação de mulheres com endometriomas ovarianos acima de 40 anos e câncer de ovário. Mas essa correlação é pequena.

“A endometriose não é câncer e não costuma aumentar o risco de desenvolvê-lo. Mas existem sintomas semelhantes de endometriose e câncer de endométrio. Em ambas as condições, o mais importante a destacar é a necessidade de acompanhamento periódico para obter um diagnóstico”, afirma Soares.

(Metrópoles)

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