
Em meio a um dos períodos políticos mais turbulentos da história recente do país, milhões de sul-coreanos foram às urnas nesta terça-feira (3/6) para eleger um novo presidente, após a destituição de Yoon Suk-yeol, que tentou impor a lei marcial e dissolver o Parlamento no fim do ano passado. De acordo com a Comissão Eleitoral, 32,81 milhões de eleitores participaram do pleito, espalhados por mais de 14 mil seções em todo o território nacional.
A eleição ocorre seis meses depois do episódio que abalou a democracia sul-coreana: no dia 3 de dezembro, o então presidente Yoon declarou lei marcial sob a justificativa de uma ameaça da Coreia do Norte, mobilizou o Exército e ordenou o fechamento do Parlamento. A medida, no entanto, teve curta duração. Parlamentares conseguiram furar o cerco militar e se reunir para derrubar o decreto. A Corte Constitucional posteriormente confirmou por unanimidade a destituição de Yoon, que chegou a ser preso e liberado pouco depois.
O episódio marcou profundamente a opinião pública e influenciou diretamente o cenário eleitoral. Segundo a agência Yonhap, cerca de 73,9% dos eleitores participaram da votação, índice considerado expressivo para uma eleição emergencial.
Entre os principais candidatos estão Lee Jae-Myung, do Partido Democrata Liberal, que prometeu erradicar o que chamou de “forças de insurreição”, e Kim Moon-soo, do Partido Poder Popular, que defendeu um país livre de “qualquer sombra de ditadura”. A disputa entre as duas correntes políticas – liberal e conservadora – reflete o clima de polarização e a necessidade de restaurar a confiança nas instituições democráticas do país.
Mesmo afastado do poder, Yoon Suk-yeol compareceu às urnas acompanhado da esposa, Kim Keon Hee, votando em uma seção na região sul de Seul, em meio à atenção da imprensa e da população.
A apuração dos votos começou logo após o encerramento das urnas, às 20h (horário local, 8h em Brasília). O vencedor deverá assumir a presidência imediatamente, dando início a uma nova fase na política sul-coreana, marcada por tentativas de reconstrução institucional e estabilidade democrática.
Com informações de Metrópoles