Davi Kopenawa, um dos principais líderes do povo Yanomami, conversa com a ministra e presidente do TSE, Cármen Lúcia (Foto: Divulgação)

Na última segunda-feira (25), lideranças do povo Yanomami, encabeçadas pelo renomado xamã Davi Kopenawa, estiveram no Palácio do Planalto para solicitar ações efetivas contra o avanço do garimpo ilegal no território indígena localizado em Roraima. Durante o encontro, Kopenawa também dialogou com a ministra Cármen Lúcia, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), destacando a necessidade de celeridade no julgamento do processo que envolve o governador de Roraima, Antônio Denarium.

Kopenawa afirmou que a gestão de Denarium tem contribuído para a continuidade do garimpo ilegal, o que, segundo ele, traz inúmeros males aos Yanomami, como doenças, alcoolismo, violência e destruição ambiental. O líder indígena foi enfático ao alertar para os possíveis impactos à biografia da ministra caso o processo continue paralisado:

“Me preocupei com a biografia da ministra em ser vista no Brasil e no mundo como a ministra que mantém no cargo um governador que deixa indígenas morrerem pelo garimpo que mata pessoas e destrói o meio ambiente.”

O governador Antônio Denarium já foi cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de Roraima em quatro ocasiões. No entanto, o julgamento definitivo pelo TSE segue sem data marcada, gerando críticas sobre a falta de resolução do caso. Para Kopenawa e outras lideranças indígenas, essa demora prejudica não apenas os Yanomami, mas toda a população de Roraima, que vive em um estado de instabilidade política.

A ausência de um desfecho para o caso, segundo críticos, também pode impactar negativamente a reputação da ministra Cármen Lúcia, reconhecida por seu histórico de decisões firmes e coerentes. Entretanto, a percepção de indecisão no caso de Denarium pode, conforme argumentado, deixar marcas em sua trajetória.

O julgamento do governador pelo TSE permanece envolto em mistério, e líderes indígenas alertam que a omissão pode agravar ainda mais os problemas enfrentados pelos povos originários e o estado de Roraima como um todo.

A pressão sobre o TSE reflete o cenário de urgência enfrentado pelos Yanomami, que aguardam medidas concretas contra o avanço do garimpo ilegal e a violência em suas terras.

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