Luciane Barbosa esteve no Congresso Nacional em março deste ano quando ainda não tinha condenação (Foto: Reprodução do Instagram)

A estudante de direito Luciane Barbosa Farias, casada com Clemilson dos Santos Farias, conhecido como “Tio Patinhas”, um dos líderes do CV no Amazonas, decidiu abrir mão do cargo no Comitê Estadual para a Prevenção e Combate à Tortura do Estado do Amazonas. A decisão ocorre depois do Ministério Público recomendar que fosse tornado sem efeito sua nomeação no Comitê e a polêmica causada por sua viagem a Brasília.

Em comunicado postado em suas redes sociais neste sábado (18) Luciene informa que decidiu retirar sua candidatura do cargo de membro do Comitê Estadual pela Associação Instituto Liberdade do Amazonas o qual ela é presidente.

Na última sexta-feira (17), uma recomendação foi publicada no Diário Oficial do Ministério Público do Estado do Amazonas para que Luciane Barbosa Farias, conhecida como a “Dama do Tráfico” não participe do Comitê Estadual para a Prevenção e Combate à Tortura.

Apelido “Dama do Tráfico” causou “dano irreversível”, declara Luciene. “Me sinto constrangida devido à alcunha que me imputaram nacionalmente”, acrescentou.

Em seu comunicado, Luciene Barbosa diz: “Diante dos últimos acontecimentos que violam meu Direito Constitucional a presunção da inocência e transferem para minha pessoa condenação de terceiros, tenho por bem, buscando a conciliação entre todos os membros deste Comitê e para evitar atos que atinjam aqueles que precisam do trabalho realizado neste comitê, decido retirar minha candidatura”, escreve.

Afirma ainda que sua decisão não significa que se acovardou diante dos que violam sua dignidade e sua luta em defesa dos direitos das pessoas privadas de liberdade.

Luciene Barbosa diz que irá se restabelecer emocionalmente, cuidar de suas filhas, que também foram atingidas pela mesma violência e priorizar sua absolvição.

MP denunciou casal

O Ministério Público do Amazonas denunciou Luciane e Clemilson sob acusação de tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e organização criminosa em 2 de agosto de 2018. Ele havia sido preso preventivamente no dia 16 de junho de 2018. Ambos negam as acusações.

Em dia 25 de janeiro de 2022, o casal foi absolvido em 1ª instância. A sentença foi modificada em 8 de outubro deste ano pelo Tribunal de Justiça do Amazonas (2ª instância), que condenou Luciane e Clemilson. A decisão judicial ocorreu depois da presença de Luciane nos eventos oficiais em Brasília.

Ela foi condenada a 10 anos de prisão, e Clemilson a 31 anos, 7 meses e 3 dias. Luciane tem direito de recorrer em liberdade. “Entramos com recurso no STJ para que seja mantida a sentença do 1º grau [para o casal]”, informa o advogado João Evangelista Generoso de Araújo.

Artigo anteriorFã de Taylor Swift usa até fralda geriátrica para o show e se revolta com adiamento – Video
Próximo artigoChuva causa mortes no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina