Esta declaração (link traduzido aqui), foi iniciada por investigadores do Centre de Recherche en Éthique de Montréal. Faz alusão, em termos éticos, à Declaração de Cambridge sobre a Consciência, afirmando que provas convergentes indicam que os animais não humanos têm os substratos neuroanatômicos, neuroquímicos e neurofisiológicos dos estados conscientes, juntamente com a capacidade de exibir comportamentos intencionais.

Os signatários afirmam que os argumentos utilizados para apoiar a exploração animal não são científicos, particularmente os relacionados com as capacidades mentais “inferiores” dos animais: a capacidade de compor sinfonias, fazer cálculos matemáticos avançados, ou se projetar num futuro distante, por muito admirável que seja, não afeta a consideração devido ao seu interesse individual em sentir prazer e não sofrer. Os interesses dos mais inteligentes entre os humanos não importam mais do que os interesses equivalentes dos menos inteligentes. Dizer o contrário equivaleria classificar os indivíduos de acordo com faculdades que não têm qualquer relevância moral.

Embora o seu trabalho esteja enraizado em diversas tradições filosóficas, estes estudiosos concordam com a condenação do especismo e com a necessidade de transformar a nossa relação com outros animais, pondo fim à sua exploração. Tal posição, outrora ocupada por algumas pessoas particularmente sensíveis ao destino dos animais, é agora, pela primeira vez, apoiada por centenas de investigadores que têm dedicado as suas carreiras à reflexão ética.

A favor do encerramento dos matadouros, do fim da pesca e do desenvolvimento de uma agricultura baseada em plantas, os signatários admitem lucidamente que, mesmo que constitua o único horizonte comum que é realista e justo, tal projeto exigirá a renúncia a hábitos culturais enraizados e a transformação de numerosas instituições fundamentalmente.

Em 2022, a Declaração de Montreal sobre a Exploração Animal constitui certamente um passo importante no reconhecimento – apoiado por filósofos – de animais não humanos.

Para Taylison Santos, Diretor Executivo do Fórum Animal, o Dia Mundial dos Animais deve ser colocado nos calendários escolares, para que as crianças tenham oportunidade de pensar, desenvolver e criar atividades que possam ajudar na proteção dos animais. E é pensando nisso que o Fórum Animal, através do projeto VegMonitor criou uma petição online e um Projeto de Lei que pede a criação do dia Nacional da Consciência Animal, para que todos tenham oportunidade tem entender que além de comemorarmos a existência de outros seres vivos neste planeta, temos que valorizar cada vida pelo que ela representa.

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