
Um homem de 39 anos, apontado como um dos chefes do grupo criminoso Terceiro Comando Puro, foi preso, nesta segunda-feira (3), no município de Jaguaretama, no interior do Ceará. Ele é suspeito de expulsar moradores de um residencial no bairro José Walter, em Fortaleza.
A prisão faz parte de uma série de ações da SSPDS-CE (Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Ceará) e das polícias Civil (PCCE) e Militar (PMCE) para coibir o deslocamento forçado de moradores, prática crescente em meio a disputas entre facções criminosas no estado.
Um levantamento realizado pela SSPDS-CE a pedido da CNN revela que, entre agosto e outubro deste ano, 33 suspeitos foram presos por envolvimento em deslocamentos forçados, e 39 mandados de busca e apreensão foram cumpridos.
Algumas comunidades chegaram a ser completamente abandonadas por famílias que fugiram às pressas. Em Jacarezal, localidade de Pacatuba, na Região Metropolitana de Fortaleza, cerca de 30 famílias deixaram suas casas após ameaças e a morte de um morador, que teria ligação com facções criminosas.
Prisões recentes
Segundo a SSPDS-CE, na última semana, quatro suspeitos foram detidos em Fortaleza, também investigados por participação em deslocamentos forçados de moradores. Todos os cinco presos, incluindo o homem detido nesta segunda-feira, foram colocados à disposição da Justiça.
Ainda de acordo com a pasta, o suspeito preso em Jaguaretama possui antecedentes criminais por homicídio, porte e posse irregular de arma de fogo, organização criminosa, disparo em via pública e roubo.
Monitoramento de áreas vulneráveis
Desde 20 de outubro, a SSPDS realiza a Operação Opus, coordenada pela Coordenadoria Integrada de Planejamento Operacional, com o objetivo de coibir crimes e desarticular grupos suspeitos de expulsar moradores. As ações concentram-se inicialmente na Área Integrada de Segurança 9, que abrange o bairro José Walter, e já resultaram na captura de oito pessoas em 15 dias.
A Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Ceará explicou que a Polícia Militar, por meio do Comando de Prevenção e Apoio às Comunidades, monitora imóveis envolvidos em ameaças a moradores. Quando identificadas casas ocupadas por pessoas que não sejam os legítimos proprietários, a polícia adota as medidas legais cabíveis. “Em um desses casos, houve prisão de suspeitos que teriam recebido dinheiro pela venda de um imóvel”, destacou a SSPDS-CE.
A investigação é conduzida pela Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas, da PCCE.
Aumento das prisões
Segundo a SSPDS-CE, de janeiro a setembro de 2025, foram presas ou apreendidas 1.851 pessoas por participação em organizações criminosas no estado, um aumento de 86,6% em relação ao mesmo período de 2024, quando houve 992 capturas.
Com informações de CNN Brasil.










