Elize Matsunaga escreveu um livro autobiográfico, dez anos depois de ter matado e esquartejado o marido, Marcos Matsunaga, no qual pede perdão para sua filha e conta o que motivou o crime. A obra, intitulada “Piquenique no Inferno”, retrata desde a sua infância até o julgamento. As informações são do G1.

O portal teve acesso a trechos das 178 páginas escritas à mão em um caderno. A expectativa de Elize é que a filha possa ler a obra algum dia. Já que ela é impedida de ver a menina desde 2012.

“Minha amada (filha), não sei quando você lerá essa carta ou se um dia isso irá acontecer. Sei o quão complicada é nossa história, mas o que eu escrevo aqui não se apagará tão fácil”, escreveu Elize em um bilhete incluído no livro.

A acusada iniciou a sua obra contando que foi estuprada pelo padrasto quando tinha 15 anos.

Depois, ela contou que conheceu Marcos Matsunaga enquanto trabalhava como garota de programa. Eles iniciaram um relacionamento, se casaram e tiveram a menina. Mesmo assim, Elize, segundo o seu relato, era vítima de ameaças e sofria violência doméstica.

No dia do assassinato, Marcos teria agredido Elize porque ela havia contratado um profissional que tinha descoberto outra traição do empresário e o filmou com uma garota de programa.

“Atira, sua fraca! Atira! Sua vagabunda! Atira ou some daqui com sua família de bosta e deixa minha filha. Vc nunca mais irá vê-la. Acha que algum juiz dará a guarda a uma puta?”, escreveu no livro.

Em outro trecho, ela relatou como é estar presa, condenada e sem o direito de ver a própria filha. “Seria assim o inferno? Ou seria pior, como a visão dantesca?”

Ela também explicou o motivo de ter escrito o livro com caneta vermelha. “Só uma vida escrita em vermelho, sangue e vinho.”

“Espero muito ansiosamente que um dia você me perdoe. Não pretendo justificar o injustificável. Não há a menor possibilidade de desistir de lutar por ti, minha filha.”

O advogado Luciano Santoro, que representa Elize, relatou que ela tem “algumas opções de publicação e pretende assinar com a editora após ser colocada em liberdade”.

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