Nova York – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participa, na manhã desta terça-feira (24/9), da sessão de debates da 79ª Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU). O chefe do Executivo fará o tradicional discurso brasileiro inaugural dos trabalhos em Nova York, nos Estados Unidos.
A expectativa é de que, depois de Lula, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, também discurse. No entanto, este ano, o foco no país norte-americano está reduzido, já que o mandatário não disputa a reeleição.
O Brasil recebe mais prestígio ao acumular a Presidência do G20 e a sede da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP30), que será realizada em Belém (PA).
Desde 1955, o presidente brasileiro de turno é responsável pela primeira fala entre os chefes de Estado no evento, sendo seguido pelo presidente dos Estados Unidos, país onde fica a sede da ONU e anfitrião do encontro.
Veja:
Cessar-fogo imediato em Gaza
Antes de Lula, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, demonstrou preocupação com as guerras em andamento no mundo. “Hoje, um número crescente de governos se sentem no direito de um ‘jail free card’. Podem violar leis internacionais, a convenção de direitos humanos. Podem invadir outro país e ignorar o bem-estar das pessoas e nada vai acontecer. Vemos a impunidade em todo lugar. Civis pagam o preço”, lamentou.
Para Guterres, “Gaza é um pesadelo sem fim”. “Ameaça levar toda a região consigo, vejam o Líbano. Tínhamos de estar alarmados com a escalada, o Líbano está por um fio. O Líbano não pode se tornar outra Gaza. Nada justifica os atos de terror do Hamas em 7 de outubro ou a tomada de reféns. Nada justifica o punimento coletivo do povo palestino”, afirmou.
O secretário-geral da ONU também defendeu cessar-fogo imediato na região. “A matança em Gaza é algo nunca visto por mim em meus anos. A comunidade internacional precisa se mobilizar por um cessar-fogo imediato, incondicional soltura de reféns e começo de uma solução de dois Estados”, destacou.
Colapso climático
Segundo Guterres, o planeta vive “um colapso climático, (com) temperaturas extremas, fogos sem controle, inundações. Não são desastres naturais, mas desastres humanos, impulsionados pelos combustíveis fósseis.”
“Enquanto o problema piora, as soluções melhoram com energia limpa. Não gera só energia, mas trabalhos e saída da pobreza. Mas os países em desenvolvimento não podem saqueados em suas jornadas, é preciso de jeitos renováveis”, explicou.