O autoconhecimento permite refletir sobre interesses, valores e habilidades que podem ajudar na escolha da graduação • Freepik

Com as provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) se aproximando e diversos processos seletivos de faculdades já em andamento para o segundo semestre de 2025 e início de 2026, muitos estudantes vivem um momento de ansiedade e incerteza: qual curso escolher?

Segundo a psicóloga Thatiana Ribeiro, do Centro Universitário FMU, é fundamental enxergar essa escolha não como uma decisão definitiva, mas como um processo de autodescoberta.

“Muitas vezes, existe a ideia de que devemos escolher uma carreira cedo e segui-la sem desvios, mas a realidade é que essa decisão pode ser flexível e evoluir ao longo do tempo”, afirma Thatiana.

O mais importante: Comece por algo que faça sentido agora

Para a especialista, não é necessário ter todas as respostas de imediato. O importante é dar o primeiro passo com base em interesses reais e se permitir mudar, crescer e ajustar o rumo ao longo da jornada.

Para quem ainda está em dúvida, a psicóloga propõe 16 perguntas-chave divididas em 5 áreas que ajudam a trazer clareza nesse momento decisivo:

 1. Autoconhecimento

  • O que eu gosto de fazer no meu dia a dia?

  • Quais atividades me fazem perder a noção do tempo?

  • Quais são meus pontos fortes e habilidades naturais?

  • Prefiro trabalhar sozinho ou em equipe?

  • Gosto mais de desafios analíticos, criativos ou práticos?

2. Valores e propósito

  • O que é mais importante para mim em uma carreira (estabilidade, impacto social, altos salários, criatividade, autonomia)?

  • Quero um trabalho que me permita viajar ou algo mais fixo?

  • Qual tipo de contribuição eu gostaria de fazer para o mundo?

3. Estilo de vida

  • Qual rotina de trabalho imagino para minha vida?

  • Prefiro horários flexíveis ou uma rotina estruturada?

  • Quero uma profissão com muitos anos de estudo ou algo mais prático?

 4. Mercado de trabalho

  • Quais áreas estão crescendo e têm boas oportunidades?

  • Existe demanda para essa profissão no lugar onde quero viver?

  • Como posso testar essa profissão antes (curso, estágio, voluntariado)?

 5. Possibilidades de evolução

  • Essa profissão permite crescer e aprender com o tempo?

  • Existem outras carreiras relacionadas que podem me interessar no futuro?

Conversar com quem vive a profissão pode ajudar

Thatiana recomenda que os vestibulandos conversem com profissionais das áreas de interesse para entender melhor a realidade do mercado. Pesquisar sobre a rotina de trabalho, perspectivas salariais e mudanças no setor também é essencial.

“As profissões evoluem, novas oportunidades surgem e habilidades podem ser adaptadas”, afirma.

Graduação é o começo, não o fim

A psicóloga lembra ainda que muitas pessoas repensam suas escolhas ao longo da vida. Por isso, é importante entender a graduação como um passo inicial, que pode levar a descobertas e reinvenções futuras.

“Escolher uma graduação é importante, mas não precisa ser uma decisão definitiva. O mais valioso é se conhecer, testar possibilidades e seguir em movimento.”

Dica final: Não existe “a escolha perfeita”, mas sim uma trajetória construída passo a passo, com base em quem você é hoje — e em quem você quer se tornar amanhã.

Com informações de CNN Brasil

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