O grupo extremista Estado Islâmico (EI) confirmou a morte de seu líder, Abu Ibrahim Al-Qurachi, e nomeou Abu Hasan al-Hashemi al-Qurachi como sucessor, segundo um comunicado divulgado nesta quinta-feira (10).

Os extremistas do EI “garantiram sua lealdade a Abu Hasan al-Hashemi al-Qurachi, emir dos crentes e califa dos muçulmanos”, declarou o porta-voz do grupo em uma gravação de áudio e confirmou a morte do antigo chefe do EI.

“Abu Ibrahim al-Qurachi e o porta-voz oficial do Estado Islâmico, (…) Abu Hamza al-Qurachi, morreram recentemente”, afirmou. Abu Ibrahim Al Qurashi detonou o cinto explosivo que levava junto ao corpo no início de fevereiro durante uma operação dos Estados unidos na Síria, segundo fontes americanas.

A operação dos EUA na região síria de Idlib ocorreu dias depois de o EI lançar sua maior ofensiva em anos contra uma prisão administrada por curdos na cidade de Hassake, na qual vários extremistas foram presos.

Em outubro de 2019, Abu Bakr al Baghdadi, antecessor de Qurashi à frente do EI, também foi morto em um ataque na região de Idlib, amplamente controlada por extremistas e rebeldes.

Qurashi, um cidadão iraquiano, então chefiava o grupo Estado Islâmico, responsável por inúmeras atrocidades e ataques no Oriente Médio e em vários países ocidentais.

– O “califado” do EI –

Pouco se sabe sobre o novo chefe do EI, exceto que ele ocupava até agora a posição de número três no movimento jihadista.

“Simplesmente não sabemos” nada sobre sua identidade, disse Tore Hamming, pesquisador do departamento de estudos de guerra do King’s College de Londres.

Segundo o comunicado do EI, Abu Hasan al-Hashemi al-Qurashi foi nomeado sucessor pelo próprio Abu Ibrahin al-Qurashi, e a nomeação foi logo confirmada por dirigentes do grupo.

Damien Ferre, diretor da consultoria Jihad Analytics, disse que a escolha do sucessor provavelmente ocorreu antes da morte de Abu Ibrahim para evitar disputas internas.

“A decisão foi tomada precocemente para evitar uma desestabilização do grupo”, disse à AFP, explicando que foi aplicada uma lógica similar à de 2019.

Abu Hasan al-Hashemi al-Qurashi chega ao comando do EI em um momento em que o grupo parece fragilizado pelas operações apoiadas pelos Estados Unidos no Iraque e na Síria para frear o ressurgimento dos jihadistas.

Em sua época de maior expansão territorial, o EI autoproclamou um califado que se estendia por grandes áreas do Iraque e da Síria, dois países limítrofes, com milhões de habitantes.

Nesses territórios, o EI impôs uma aplicação rígida da lei islâmica, perseguindo minorias e perpetrando inúmeras violações de direitos humanos, segundo várias ONGs e governos ocidentais.

Depois de uma longa e sangrenta campanha militar, com o apoio da coalizão internacional antijihadista liderada pelos Estados Unidos, e em terra liderada por curdos sírios e forças de Brachy, os jihadistas foram derrotados definitivamente em março de 2019 nos principais enclaves de seu ” califado”.

Os militantes remanescentes do EI estavam espalhados principalmente em esconderijos no deserto sírio, de onde voltaram para cometer ataques contra forças curdas e sírias.

De acordo com um relatório da ONU divulgado no ano passado, cerca de 10.000 combatentes do grupo Estado Islâmico ainda estão ativos no Iraque e na Síria. (AFP)

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