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Os Estados Unidos confirmaram, nesta terça-feira (1º/7), a suspensão do fornecimento de determinados tipos de armamentos à Ucrânia, em meio à intensificação da ofensiva russa. A decisão foi motivada por preocupações com os níveis críticos dos estoques militares norte-americanos, segundo informou a Casa Branca.

A porta-voz adjunta da Casa Branca, Anna Kelly, afirmou, em nota enviada à agência AFP, que a medida visa “colocar os interesses dos Estados Unidos em primeiro lugar”. Embora não tenha detalhado quais armamentos foram afetados, reportagens do site Politico e de outros veículos apontam que a suspensão abrange sistemas de defesa aérea MIM-104 Patriot, mísseis antitanque AGM-114 Hellfire e artilharia de precisão.

A medida surge em um momento delicado para a Ucrânia, que enfrenta um aumento significativo nos ataques aéreos russos e fracassos em novas rodadas de negociação com Moscou.

Escalada de ataques russos

De acordo com dados do governo ucraniano, o número de drones de longo alcance lançados pela Rússia aumentou 36,8% em junho, totalizando 5.438 ataques, o maior número desde o início da guerra, em fevereiro de 2022.

Além dos drones, ataques noturnos com mísseis têm sobrecarregado os sistemas de defesa ucranianos e afetado diretamente a população civil. Autoridades locais denunciaram que mercados, fazendas e infraestrutura crítica foram atingidos nas últimas semanas.

Na madrugada desta quarta-feira (2/7), novos ataques russos atingiram a cidade de Borivske, em Kharkiv, deixando ao menos um morto e um ferido. Outros ataques na mesma região causaram danos materiais.

Em resposta, o exército ucraniano reivindicou a autoria de um ataque a uma refinaria de petróleo em Saratov, na Rússia, alegando que a instalação fornecia combustível para as forças armadas russas.

Efeitos da suspensão da ajuda

Embora o presidente Donald Trump tenha mantido parte do apoio militar à Ucrânia iniciado sob a administração de Joe Biden, a decisão de suspender o envio de alguns armamentos sinaliza uma reorientação estratégica do governo norte-americano diante da prolongação do conflito.

Para o analista John Hardie, da Fundação para a Defesa das Democracias (FDD), a interrupção “não provocará o colapso das linhas de defesa ucranianas, mas comprometerá seriamente suas capacidades, especialmente em termos de mísseis antibalísticos e ataques de precisão”.

“Essa limitação levará à morte de mais soldados e civis ucranianos, à perda de mais território e à destruição de infraestrutura vital”, alertou o especialista.

Desde o início da guerra, os EUA já destinaram mais de US$ 60 bilhões em ajuda militar à Ucrânia. A atual suspensão acende um sinal de alerta em Kiev e entre aliados europeus, que agora buscam alternativas logísticas e diplomáticas para evitar um avanço significativo das forças russas.

Com informações de Metrópoles

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