
No mês em que se comemora o Dia Mundial do Meio Ambiente, o Greenpeace Brasil divulga os resultados da expedição “Respeitem a Amazônia”, realizada entre os dias 1º e 18 de maio no Médio Rio Juruá, no Amazonas. A iniciativa documentou como comunidades ribeirinhas da região fornecem também conservação da floresta com geração de renda e desenvolvimento social.
Ao longo de mais de duas semanas, uma equipe percorreu comunidades situadas entre os municípios de Carauari (AM) e Itamarati (AM), registrando práticas que conciliam proteção ambiental, desenvolvimento humano e sustento econômico com a floresta em pé.
Impacto positivo
Mais de 60 comunidades ribeirinhas diretamente envolvidas em cadeias sustentáveis.
Coleta anual de sementes nativas (andiroba e murumuru) e óleo de copaíba, base para a indústria de cosméticos e fitoterápicos. Imagens disponíveis aqui .
Manejo comunitário de espécies ameaçadas, como o pirarucu e as tartarugas da Amazônia, garantindo conservação e geração de renda.
Agricultura familiar baseada em práticas tradicionais, como a produção de farinha de mandioca, vital para a segurança alimentar local.
Alguns dos exemplos registrados
Maria Socorro, da comunidade do Roque, liderou a coleta de andiroba, que abastece cadeias sustentáveis na região.
Antônio do Carmo, da comunidade Bauana, atua na proteção responsável de copaíba, preservando as árvores e garantindo geração de renda.
Raimundo Cunha e Antônio da Silva, da comunidade São Raimundo, mantêm viva a tradição da proteção do látex da seringa, símbolo da história econômica da Amazônia.
Celestino da Silva, da comunidade Tabuleiro, mantém uma roça de mandioca que garante alimento e sustento para sua família e sua comunidade.
Soluções da Floresta na prática
As atividades desenvolvidas nas comunidades do Médio Juruá ilustram um caso de desenvolvimento sustentável, sem desmatamento, preservando os serviços ecossistêmicos da floresta, essenciais para o equilíbrio climático global.
“Essas comunidades provam que é possível viver da floresta e gerar soluções sem destruir-la, com tecnologia social de base, geração de renda e melhoria na qualidade de vida. Essas ações promovem o combate à conservação da floresta, a crise climática e a perda da biodiversidade. O manejo de recursos naturais mostra um caminho viável que precisa ser valorizado, fortalecido e financiado diretamente por fundos climáticos e de biodiversidade, a fim de iniciativas beneficiárias comandadas por políticas protetoras do clima e da biodiversidade”, destaca o porta-voz do Greenpeace Brasil, Rômulo Batista.
Histórico
A primeira vez que o Greenpeace Brasil esteve no médio Rio Juruá foi há 25 anos – na época atendendo a um pedido das comunidades para ajudar a denunciar a remoção ilegal de madeira e para apoiar a autodemarcação da Terra Indígena Deni. Agora, a organização retornou à região para mostrar como o manejo sustentável da floresta, integrado à valorização dos modos de vida tradicionais e à auto-organização em movimentos sociais de base garantidos um sistema economicamente viável, com geração de renda local, melhorias na qualidade de vida das comunidades tradicionais e a conservação ambiental.
Protegido por iniciativas de conservação, como a Reserva Extrativista (Resex) Médio Juruá, a Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Uacari e a Terra Indígena Deni, o médio Rio Juruá é uma das regiões mais ricas em biodiversidade e integridade ecológica da Amazônia brasileira, composta por florestas densas, várzeas, igapós e cursos d’água cristalinos e uma grande variedade de espécies de fauna e flora, muitas delas endêmicas ou ameaçadas de extinção.
Sobre o Greenpeace Brasil
O Greenpeace Brasil é uma organização ativista ambiental sem fins lucrativos, que atua desde 1992 na defesa do meio ambiente. Ao lado de todas as pessoas que buscam um mundo mais verde, justo e pacífico, a organização atua há mais de 30 anos pela defesa do meio ambiente denunciando e confrontando governos, empresas e projetos que incentivam a destruição das florestas.