A candidata à prefeitura de Maués, Macelly Veras (PDT), enfrenta uma verdadeira batalha política ao desafiar Mazzine (PSD), irmão do deputado federal Sidney Leite e tio do atual prefeito, Junior Leite. A disputa tem sido marcada pela oposição a uma dinastia política que domina o município há anos, mas os números das pesquisas mais recentes mostram uma vantagem para Macelly.

De acordo com uma pesquisa registrada no Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas (TRE-AM), sob o número AM-02282/2024, realizada entre 21 e 24 de setembro, Macelly Veras lidera com 52,30% das intenções de voto, contra 41,50% de Mazzine. A vantagem da candidata de oposição reflete uma mudança no cenário político da cidade, apesar das críticas que ela tem recebido por parte da situação.

Macelly tem sido atacada por não ter o apoio de “políticos importantes do estado” e por enfrentar uma campanha com recursos limitados. No entanto, sua articulação política tem desmentido essas acusações. Ela já conseguiu o apoio de deputados estaduais, federais e até de secretários de governo, além de unir todas as candidaturas de oposição em Maués, fortalecendo sua posição no pleito.

Voando de helicóptero pela Zona Rural do município ou se apropriando de vantagens do poder, Mazzine é o candidato da máquina

Enquanto isso, Mazzine, embora tenha aliados influentes no cenário estadual, tem mostrado sinais de fragilidade. O fato de seu irmão, Sidney Leite, ser visto fazendo visitas de casa em casa na cidade — algo incomum até mesmo em suas próprias campanhas —, assim como o prefeito Junior Leite liderando caminhadas, sinalizam a preocupação do grupo com o avanço de Macelly.

A tensão política aumentou nesta quinta-feira, 28 de setembro, quando Maués foi palco de uma situação inusitada. Após uma denúncia, a coligação de Macelly Veras acionou a Polícia Militar para investigar o embarque de uma grande quantidade de cestas básicas em barcos pertencentes ao pai de um candidato a vereador. A PM encontrou 834 cestas divididas em duas embarcações. O chefe da Defesa Civil do município tentou justificar que a distribuição estava relacionada à seca que afeta a região, convencendo os policiais a não reportarem o incidente à juíza eleitoral. A coligação de Macelly informou que vai notificar o Ministério Público e a juíza eleitoral sobre o caso.

Ainda no mesmo dia, houve uma série de abordagens policiais a veículos de simpatizantes de Macelly Veras. As blitzes, que solicitavam capacetes e documentos dos condutores, aconteceram pouco antes de um evento político de motociata (buzinaço) programado pela candidata, levantando suspeitas de uma possível interferência política por parte da situação.

A movimentação do grupo de Mazzine em Maués reflete um clima de desespero, com o uso frequente da influência política para tentar beneficiar sua candidatura, o que compromete a integridade do processo eleitoral local. As acusações de abuso de poder, uso de cestas básicas em troca de votos e ações policiais seletivas levantam preocupações sobre o comprometimento com a democracia na cidade.

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