A freira brasileira Aline Pereira Ghammachi encontrou com o papa Francisco durante audiência, em 2022 Foto: Divulgação/Vaticano

SÃO PAULO, 30 JUN (ANSA) – A freira brasileira Irmã Aline Pereira Ghammachi, de 34 anos, entrou com uma ação na Justiça da Itália por difamação e calúnia após ser afastada do comando de quatro mosteiros sob sua responsabilidade. Ela nega todas as acusações feitas em uma carta anônima enviada ao Vaticano, que a acusava de maus-tratos, desvio de recursos e manipulação de religiosas.

Na época madre-abadessa do Mosteiro San Giacomo di Veglia, em Vittorio Veneto, no norte da Itália, Aline foi destituída do cargo em abril deste ano. O afastamento resultou na fuga de cinco religiosas, que alegaram estar sob “forte tensão psicológica”.

Denúncia e suposta perseguição

O caso teve início em janeiro de 2023, quando uma carta anônima foi enviada ao então papa Francisco com denúncias contra a freira brasileira. Aline alega que o documento foi escrito por uma das monjas responsáveis pelas noviças, com o apoio de outras três religiosas.

“Desde sempre, a questão de ser jovem, de ser bonita, tudo isso já pesava. […] Era um contexto mais para ridicularizar”, declarou a freira em entrevista ao programa Fantástico, da TV Globo, no último domingo (29).

Segundo Aline, sua rápida ascensão na hierarquia — tornando-se responsável por quatro mosteiros — teria causado incômodo. Ela afirma que o próprio abade geral da ordem, Mauro Giuseppe Lepori, teria considerado que ela era “bonita demais para ser freira”.

Acusações e defesa

Durante a entrevista, Aline revelou que possui prints e vídeos que mostrariam a freira denunciante acessando conteúdo pornográfico em computadores e celulares da comunidade, que seriam compartilhados entre as religiosas.

Outra iniciativa criticada pela liderança eclesiástica foi a venda de uvas do mosteiro para a produção de prosecco, prática comum em mosteiros europeus, segundo Aline. Ela argumenta que a medida visava garantir a autonomia financeira do convento.

Processo judicial

A freira brasileira decidiu buscar reparação judicial. Sua advogada, Esraíta Delaias, afirma que as acusações são infundadas.

“A acusação precisa ter uma decisão que comprove esses fundamentos com base em fatos, documentos e testemunhas, e isso não tem”, declarou.

A Justiça italiana deverá agora analisar o caso. O Vaticano, até o momento, não se pronunciou oficialmente.

Com informações de IstoÉ

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