As gêmeas siamesas Yasmin Vitória e Eliza Vitória, naturais do Amazonas, deixaram a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Estadual da Criança e do Adolescente de Goiás (Hecad), em Goiânia, após passarem por uma cirurgia de separação no mês de maio. Com apenas dois meses de vida, as irmãs seguem agora em processo de recuperação na enfermaria da unidade, com acompanhamento fonoaudiológico e fisioterapêutico.

Nascidas no dia 9 de abril, na Maternidade Ana Braga, em Manaus, Yasmin e Eliza vieram ao mundo unidas pelo tórax e abdômen — condição conhecida como tórax-onfalopagia. Após receberem cuidados especializados da rede estadual de saúde, foram transferidas para o Hecad, referência nacional em cirurgias pediátricas de alta complexidade, por meio do programa de Tratamento Fora de Domicílio (TFD) do Governo do Amazonas.

A primeira a deixar a UTI foi Eliza, no dia 23 de junho. Yasmin teve alta na última segunda-feira (30/06). De acordo com o boletim médico, ambas apresentam quadro clínico estável e demonstram boa resposta ao pós-operatório.

A paciente Eliza já está em fase de cicatrização da ferida cirúrgica, sem sinais de infecção, e deve receber alta hospitalar em breve. Yasmin, por sua vez, ainda passa por transição da alimentação por sonda para alimentação oral e está reduzindo gradualmente o uso de oxigênio suplementar.

“É muito bom ver as duas vivendo separadas, cada uma em seu espaço. Esse momento foi muito esperado por toda a nossa família. Graças a Deus deu tudo certo, agora nosso desejo é retornar a Manaus e depois para Monte Alegre”, disse emocionada a mãe das meninas, Elizandra Cunha.

A história das gêmeas mobilizou mais de 100 profissionais de saúde do Amazonas, desde o início do pré-natal, realizado em Manaus a partir de novembro de 2024. Após o nascimento, as recém-nascidas passaram por exames na Fundação Hospital do Coração Francisca Mendes e, no dia 24 de abril, foram transferidas em UTI aérea para Goiás.

A cirurgia de separação ocorreu no dia 13 de maio e teve duração de cerca de cinco horas. O procedimento envolveu a divisão do fígado, que era compartilhado pelas irmãs, além da reconstrução das estruturas abdominais de cada uma. A operação foi considerada um sucesso pelos médicos.

O governador do Amazonas, Wilson Lima, comemorou o resultado nas redes sociais: “A história que a gente estava acompanhando teve um desfecho muito feliz. São histórias como essas que nos motivam a continuar trabalhando e melhorando a rede estadual de saúde”.

A evolução positiva das gêmeas reforça o papel do Sistema Único de Saúde (SUS) na realização de procedimentos de alta complexidade por meio da cooperação entre estados.

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