Todo ser vivo, inevitavelmente, um dia chegará ao fim, ou seja, se deparará com a morte. Assim é a nossa existência: finita, frágil e marcada pelo tempo. Não há como escapar desse destino comum a todos. Mais cedo ou mais tarde, todos nós vamos morrer. No entanto, é justamente essa certeza que pode dar sentido à vida, nos lembrando da importância de valorizar o presente, cultivar o amor e viver com propósito enquanto ainda há tempo.
É verdade que algumas pessoas, por se cuidarem mais, por terem acesso a tratamentos modernos, alimentação saudável e melhores condições de vida, tendem a viver mais. Outras, infelizmente, por não conseguirem manter os mesmos cuidados ou por não terem acesso adequado à saúde e a uma nutrição de qualidade, acabam partindo mais cedo.
As desigualdades existem e influenciam diretamente na duração e na qualidade da vida. No entanto, uma coisa é certa: ninguém escapa da morte. Ela é a única certeza comum a todos, independentemente de crença, condição social, idade ou estilo de vida. Frente a isso, talvez a grande questão não seja quanto tempo vamos viver, mas como escolhemos viver enquanto estamos aqui.
Então, por que não discutir essa ideia? Ou será que você acredita que viverá para sempre? O que podemos fazer, afinal, para viver mais e melhor? Será que existem formas de fugir da morte, ou apenas de adiá-la? Essas são perguntas profundas, que merecem reflexão.
Pensando nisso, selecionei dez frases sobre a morte que podem ajudá-lo a pensar melhor sobre esse tema tão sensível e inevitável:
1. “A morte pode ser a maior de todas as bênçãos para o ser humano, mas ninguém a conhece o suficiente para ter medo dela.” (Sócrates)
2. “A morte não é nada para nós, pois, enquanto existimos, a morte não está presente, e, quando a morte chega, nós já não existimos.” (Epicuro)
3. “A vida é como uma peça de teatro: não importa quanto ela dura, mas quão bem é representada.” (Sêneca)
4. “Meditar sobre a morte é meditar sobre a liberdade. Saber morrer nos liberta de toda sujeição e constrangimento.” (Michel de Montaigne)
5. “A morte é o gênio inspirador da filosofia, e sem ela dificilmente teríamos filosofado.” (Arthur Schopenhauer)
6. “O que mais importa não é a morte em si, mas o que fazemos com a vida antes que ela chegue.” (Friedrich Nietzsche)
7. “A morte é o absurdo final. Mas é diante dela que a liberdade humana se revela com mais clareza.” (Jean-Paul Sartre)
8. “A morte é a possibilidade mais própria, intransferível e inevitável do ser.” (Martin Heidegger)
9. “A morte parece mais injusta quando não se viveu plenamente.” (Simone de Beauvoir)
10. “Se, por um lado, a morte nos tira tudo, por outro nos obriga a dar sentido ao tempo que temos.” (José Saramago)
Em suma, essas frases mostram que a morte não é apenas um fim trágico, mas uma chave para compreender melhor a vida. De Sócrates a Saramago, aprendemos que a consciência da finitude nos liberta da ilusão da permanência e nos convida a viver com autenticidade. A morte, embora temida, é uma mestra silenciosa que nos ensina a valorizar o que realmente importa: o amor, o tempo e o sentido da existência.
No entanto, o homem moderno parece surdo a esse chamado. Absorvido por uma busca incessante por bens materiais, sucesso e aparência, vive como se fosse eterno, adiando reflexões profundas, esquecendo que a morte não faz distinção entre ricos e pobres, jovens ou velhos.
Por fim, diante da certeza da morte, somos desafiados a reavaliar prioridades, romper com superficialidades e cultivar uma vida que realmente valha a pena ser vivida. Estamos, de fato, vivendo ou apenas acumulando? Mais do que temê-la, talvez devêssemos escutá-la, não como ameaça, mas como um lembrete de que viver de verdade é um ato urgente e essencial.
Luís Lemos é professor, filósofo, escritor, autor, entre outras obras de, “O primeiro olhar” (2011), “O homem religioso” (2016), “Jesus e Ajuricaba na terra das amazonas” (2019), “Filhos da quarentena” (2021) e “Amores que transformam” (2024).
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