Atualmente, a diretriz do Ministério da Saúde para sangue doado não prevê a testagem do vírus da dengue. Isso porque a possibilidade de transmissão do vírus via transfusão sanguínea é considerada de pouca probabilidade.
No início de março deste ano, contudo, a Anvisa e o Ministério da Saúde emitiram uma nota técnica atualizando orientações sobre a dengue em doações de sangue. Nessa nota, os órgãos do governo federal passaram a recomendar que as pessoas que há 30 dias estiveram doentes, fizeram sexo com indivíduos infectados ou se vacinaram, fossem consideradas doadoras inaptas para a doação.
Outros órgãos de saúde, como a Associação Brasileira de Hematologia e Hemoterapia, já se manifestaram a favor da obrigatoriedade da testagem do sangue para dengue. Estudos publicados em 2016 no The Journal of Infectious Diseases mostraram que entre 1 e 2% de todo o sangue doado no Brasil carrega consigo o vírus da dengue. Isso não significa, contudo, que todos os receptores são infectados ao receberem a transfusão.
Em São Paulo, a SES informou que cumpre rigorosamente as diretrizes de testagem definidas pelo Sistema Único de Saúde. O estado também disse que, em junho deste ano, emitiu uma nota normativa em conjunto com entidades como a Fundação Pró-Sangue, Hemorrede e Central de Transplantes. O documento tem orientações aos bancos de sangue quanto a verificação de sintomas aos doadores, mas informa também que infectados com o vírus da dengue podem não apresentar sintomas no momento da doação, por estarem em período de viremia, que é o primeiro momento da contaminação da dengue, um a dois dias antes do início dos sintomas, quatro a cinco dias depois da contaminação.
A secretaria destaca que todos os casos suspeitos de transmissão via transfusional ou via transplante devem ser notificados imediatamente para os serviços de vigilância em saúde e para o banco de sangue que forneceu o hemocomponente, para avaliação e investigação do caso e do doador. Com informações de Metrópoles.