
A ativista climática sueca Greta Thunberg, de 22 anos, foi deportada por Israel na última terça-feira (10/6), um dia após tentar romper o bloqueio naval imposto à Faixa de Gaza. Thunberg fazia parte de um grupo de ativistas pró-palestinos a bordo de uma embarcação de ajuda humanitária que foi interceptada pela Marinha israelense.
Segundo o Ministério das Relações Exteriores de Israel, Greta foi colocada em um voo com destino à França, de onde seguirá viagem até a Suécia. A ativista, conhecida mundialmente por sua luta ambiental, geralmente evita voar devido ao impacto ambiental da aviação, mas foi fotografada dentro da aeronave antes de deixar o país.
Interceptação no mar e alegações de sequestro
A embarcação britânica, que transportava itens como arroz e fórmula infantil, foi interceptada pelas Forças de Defesa de Israel na segunda-feira (9/6) ao se aproximar da costa de Gaza. O objetivo declarado do grupo era romper o bloqueio marítimo de longa data e chamar a atenção internacional para a grave crise humanitária enfrentada pelo território palestino.
Em vídeo gravado a bordo antes da interceptação, Thunberg afirmou que, caso fossem levados, “isso significaria que Israel está sequestrando ativistas em águas internacionais”.
As autoridades israelenses rebateram a acusação, alegando que a ação foi uma medida de segurança contra o que classificaram como um “golpe publicitário pró-Hamas”. “A pequena quantidade de ajuda que estava no iate e não foi consumida pelas ‘celebridades’ será transferida para Gaza por canais humanitários reais”, afirmou o Itamaraty israelense.
Brasileiro também foi deportado
Entre os tripulantes estava o ativista brasileiro Thiago Ávila, que já se encontra no aeroporto Ben Gurion, em Tel Aviv, de onde retornaria ao Brasil, conforme informou o Ministério das Relações Exteriores.
Outros três ativistas aceitaram a repatriação imediata, enquanto oito integrantes da tripulação decidiram contestar judicialmente a ordem de deportação. Eles estão detidos em um centro de retenção e aguardam audiência, segundo informou o grupo de direitos humanos israelense Adalah, que os representa.
Crise humanitária e bloqueio a Gaza
A Faixa de Gaza vive uma das piores crises humanitárias de sua história, agravada pelo bloqueio terrestre e marítimo imposto por Israel. Desde março, o país passou a restringir ainda mais a entrada de insumos, permitindo apenas pequenas remessas de alimentos via organizações humanitárias autorizadas.
O episódio reacende o debate sobre a atuação de ativistas internacionais em zonas de conflito e a crescente mobilização por ações diretas de solidariedade à população civil palestina.
Com informações de IstoÉ