
Em greve desde a última sexta-feira (27), trabalhadores da construção civil realizaram uma manifestação na manhã desta segunda-feira (30), na avenida Djalma Batista, zona centro-sul da capital amazonense, em frente a um shopping. O grupo cobra melhorias salariais e condições de trabalho mais dignas. Já o Sindicato da Indústria da Construção Civil do Amazonas (Sinduscon-AM) criticou a paralisação, que acontece em meio às negociações, e classificou o ato como “precipitado”.
A mobilização envolve operários de várias empresas do setor, entre elas a Construtora Capital, citada durante o protesto. A categoria reivindica um reajuste de 12% nos salários, elevação da cesta básica de R$ 200 para R$ 600, além da criação de novos pisos salariais e implantação de participação nos lucros. Trabalhadores afirmam que tentaram negociar com as empresas, mas a contraproposta inicial de 3% foi rejeitada por ampla maioria.
Proposta patronal e nova rodada de mediação
O Sinduscon-AM informou que já foram realizadas quatro rodadas de negociação com o sindicato dos trabalhadores, além de uma audiência mediada pela Superintendência Regional do Trabalho (DRT-AM). Segundo o sindicato patronal, a proposta apresentada até agora inclui reajuste de 7,8% — valor que, de acordo com a entidade, supera a inflação do período.
Uma nova reunião entre as partes está agendada para a próxima quarta-feira (2 de julho), às 9h, na sede da DRT-AM, no bairro Aleixo, com o objetivo de avançar no diálogo e tentar encerrar o impasse.
Reação do Sinduscon-AM
Em nota, o Sinduscon-AM afirmou que orientou suas empresas filiadas a concederem o reajuste conforme o INPC acumulado de julho de 2024 a junho de 2025, já na folha de pagamento deste mês. A entidade, no entanto, criticou a deflagração da greve em meio às tratativas, considerando a medida desrespeitosa ao processo de negociação.
“O anúncio de greve em plena fase de mediação conduzida por órgão competente representa uma postura precipitada e desrespeitosa ao diálogo social”, diz o comunicado.
O sindicato também recomendou que os canteiros de obras sigam em operação regular, assegurando o direito dos trabalhadores que optarem por continuar suas atividades normalmente.