O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) recomendou ao Governo do Estado, de forma emergencial, a vedação dos prédios anexos ao Palácio Rio Branco, o reforço do policiamento ao redor deles e a instalação de segurança armada para estancar a depredação dos edifícios, que vem ocorrendo desde o início de agosto desse ano, segundo relatos que chegaram à autarquia.
O aconselhamento foi feito ontem pela manhã, 16, em reunião com representantes da Secretaria de Estado da Cultura e Economia Criativa (SEC), da Secretaria de Estado de Administração e Gestão (Sead), da Polícia Militar, do Instituto de Planejamento Urbano (Implurb) e do Conselho Municipal de Cultura (Concultura).
O Palácio Rio Branco localiza-se na avenida Sete de Setembro, no entorno da Praça Dom Pedro II, e pertence à área tombada do Centro Histórico de Manaus. Por esse motivo, passa, assim como os demais prédios com valor cultural, por fiscalização de rotina.
“Na semana passada, na averiguação de rotina foi constatado que os anexos ao palácio foram alvo de vândalos e nossa maior preocupação é parar essa ação e resguardar tanto o prédio quanto o material que está dentro dele, como móveis, obras de arte, candelabros, lustres, etc.”, disse a superintendente do Iphan no Amazonas, Beatriz Calheiro.
Logo após a inspeção, a SEC junto com a Secretaria de Estado da Administração Penitenciária (Seap) iniciaram a obra de vedação dos prédios, de acordo com o secretário executivo da Cultura, Candido Jeremias. Ele também disse que já solicitou apoio da PM.
Segundo o subsecretário da SEC, o Palácio Rio Branco pertence à Assembleia Legislativa do Estado mas está cedido formalmente à SEC que, por sua vez, cedeu ao Concultura. A Secretaria busca reverter a cessão de uso do prédio junto ao Concultura.
O vice-presidente do Concultura, professor Carlos Guedelha, disse que o prédio não acomodava mais a estrutura do conselho mas que a insegurança dos seus integrantes foi fator decisivo para que os membros deixassem o palácio. “Há mais ou menos oito meses, a Seap saiu dos anexos e a partir daí invasores iniciaram o processo de depredação. Fizemos Boletim de Ocorrência mas não adiantou”, afirmou.
O coordenador técnico do Iphan, Rafael Azevedo, disse que o próximo e mais importante passo é definir um novo uso para o prédio. “Prédios em desuso são os mais preocupantes porque degradam mais rápido”, alertou.