
Teerã – Apesar dos bombardeios israelenses contra instalações nucleares no Irã, o governo iraniano reafirmou neste domingo (15/6) que continuará “firme e determinado” a avançar com seu programa nuclear. A declaração foi divulgada pela Organização de Energia Atômica do Irã (AEOI), em meio ao quarto dia da guerra entre Israel e Irã no Oriente Médio.
“Estamos comprometidos em avançar poderosamente a tecnologia nuclear pacífica por meio da dedicação de nossos cientistas”, afirmou a AEOI em publicação no X. “Ataques inimigos desesperados e fúteis se mostram impotentes contra a vontade inabalável da nossa nação”.
Instalações atingidas
O governo iraniano confirmou que três instalações nucleares foram atingidas até o momento:
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Fordow
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Isfahan
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Natanz – conhecida pela produção de urânio enriquecido a 60%
Apesar dos danos, Teerã nega prejuízos significativos à sua infraestrutura nuclear.
Negociações suspensas
A recente ofensiva israelense também afetou o já frágil diálogo entre Irã e Estados Unidos. Estava prevista para ocorrer em Omã uma nova rodada de negociações indiretas sobre o acordo nuclear, mas o Irã suspendeu sua participação após os bombardeios.
As conversas visavam um possível entendimento que envolveria o afrouxamento das sanções norte-americanas, impostas especialmente após 2018, quando Donald Trump retirou os EUA do Acordo Nuclear de 2015 (JCPOA).
Os EUA exigem o fim do enriquecimento de urânio como condição para um novo pacto. O Irã, por sua vez, afirma que a atividade tem fins estritamente pacíficos e vê essa exigência como inaceitável.
AIEA e pressões internacionais
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) já havia relatado avanços no enriquecimento de urânio por parte do Irã, elevando o alerta global sobre a possível militarização do programa nuclear.
Recentemente, a AIEA aprovou uma resolução de censura contra o Irã por violação do Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP), que proíbe a produção de armas nucleares.
Apesar disso, não há provas conclusivas de que o Irã esteja próximo de produzir uma bomba atômica. O governo iraniano insiste que tais armas são proibidas no país desde 2004, por meio de uma fatwa (decreto religioso) emitida pelo líder supremo Aiatolá Ali Khamenei.
Contexto da ofensiva israelense
A principal justificativa de Israel para os ataques iniciados na quinta-feira (12/6) foi justamente impedir o avanço nuclear do Irã. A operação, batizada de “Leão Ascendente”, tem como foco instalações estratégicas ligadas ao programa atômico iraniano.
A guerra já deixou mais de 140 mortos somando os dois lados — a maioria, segundo o Irã, são civis.
Com informações de Metrópoles