Stringer/Getty Images

A Agência Internacional de Energia Atômica da ONU (AIEA) confirmou, nesta quarta-feira (18/6), que os recentes ataques aéreos israelenses atingiram dois centros ligados ao programa nuclear iraniano. A informação foi divulgada pela própria agência por meio de publicação em redes sociais.

Segundo a AIEA, os alvos foram a oficina TESA Karaj e o Centro de Pesquisa de Teerã, ambos utilizados na fabricação de centrífugas para o enriquecimento de urânio. Esse processo é essencial tanto para a produção de combustível para usinas nucleares quanto para o desenvolvimento de armas atômicas.

As instalações faziam parte do sistema monitorado pela AIEA dentro do Plano de Ação Conjunto Abrangente (JCPOA, na sigla em inglês), acordo firmado em 2015 entre o Irã e o grupo P5+1 — composto por Estados Unidos, Rússia, China, França, Reino Unido e Alemanha — com o objetivo de limitar o programa nuclear iraniano em troca do alívio de sanções econômicas.

Em Teerã, foi atingido o prédio onde eram fabricados e testados rotores avançados de centrífugas. Em Karaj, nos arredores da capital, dois edifícios que produziam outros componentes essenciais também foram destruídos.

Justificativas israelenses

O governo israelense, por meio do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, justificou os ataques alegando que o programa nuclear iraniano tem objetivos militares. Em pronunciamento no dia 12 de junho, Netanyahu afirmou que o Irã teria enriquecido urânio suficiente para produzir até nove bombas nucleares, embora não tenha apresentado provas concretas que sustentem a declaração.

O primeiro-ministro disse temer um possível genocídio contra o povo judeu e alertou que o Irã estaria a apenas alguns meses — ou no máximo um ano — de obter uma arma atômica.

Escalada militar e trocas de ameaças

A madrugada desta quarta-feira foi marcada por uma nova escalada de tensões entre os dois países. Mísseis foram lançados por ambas as partes, iluminando os céus tanto do território israelense quanto da capital iraniana. Sirenes de alerta soaram em várias cidades, enquanto o exército israelense orientava a população a buscar abrigo imediato.

O Exército de Defesa de Israel (IDF) confirmou que parte do território nacional foi, de fato, alvo de mísseis iranianos. Apesar disso, declarou que a maioria dos projéteis foi interceptada com sucesso pelos sistemas de defesa aérea.

Diante do agravamento do conflito, o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, se manifestou nas redes sociais com ameaças diretas ao líder supremo iraniano, aiatolá Ali Khamenei.

“Sabemos exatamente onde o chamado ‘Líder Supremo’ está escondido. Ele é um alvo fácil, mas está seguro lá. Não vamos matá-lo, pelo menos não por enquanto. Mas não queremos mísseis disparados contra civis ou soldados americanos. Nossa paciência está se esgotando”, publicou Trump na plataforma Truth Social.

A resposta de Khamenei foi imediata e contundente. “O Irã se manterá firme contra uma guerra imposta, assim como se manterá firme contra uma paz imposta”, declarou o aiatolá. “E os americanos devem saber que qualquer intervenção militar dos EUA será, sem dúvida, acompanhada de consequências irreparáveis.”

O cenário atual indica um grave aumento na instabilidade regional, com possível repercussão internacional, especialmente diante das declarações cada vez mais agressivas entre Teerã, Tel Aviv e Washington. A comunidade internacional observa com preocupação o risco de um novo conflito armado de grandes proporções no Oriente Médio.

Com informações de Metrópoles

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