Lilian Aranha, de 20 anos, conheceu o Clube de Desbravadores ao assistir a série "Fora de Série", do Feliz7Play (Foto: Arquivo Pessoal).

As malas estavam prontas. No caminhão, os pertences da família. Mais de 2.700 quilômetros separavam Lilian Silva Aranha, de 14 anos, de sua nova vida. São Paulo ficou para trás. João Pessoa, Paraíba, era seu novo lar. “Minha mãe queria ficar mais próxima da minha avó, por isso nossa família se mudou para outro Estado”, conta Lilian.

Embora a família estivesse unida, a adolescente percebeu um vazio no coração, que aumentava a cada dia. A solidão passou a acompanhá-la, que levou um tempo até se adaptar. Anteriormente, frequentava uma igreja cristã, mas na nova capital não encontrou nenhum templo de sua denominação perto de casa. “Passei a frequentar outras religiões, pois sempre acreditei que Deus é um só e que placa de igreja não importa”, diz. O vazio continuava sendo um incômodo para ela.

Em 2020, a morte da avó de Lilian mexeu profundamente com a família. A jovem entrou em crise e, depois de vários dias sem conseguir se alimentar sozinha, ficou internada num hospital, onde passou a depender de remédios para suportar o luto. “Eu busquei apoio, mas me sentia muito sozinha e não tinha com quem contar”, desabafa.

Após aprender a conviver com o luto, Lilian passou a procurar conteúdos cristãos na internet, a fim de receber algum tipo de conforto. “Pesquisei por séries cristãs e nos resultados apareceu o ‘Fora de Série’, uma produção do Feliz7Play. Devorei o conteúdo. Um dos episódios falava sobre o sábado. Isso me chamou a atenção. Então, outro falava sobre ser ‘Desbravador por um dia’. Fiquei curiosa sobre isso e comecei a pesquisar sobre os desbravadores”, narra Lilian.

A então adolescente complementa que ainda sentia um vazio em seu coração, que cresceu por causa da pandemia. “Eu tinha meus amigos da escola, mas o isolamento fez com que eu me sentisse ainda mais solitária”, revela.

Perspectivas

Enquanto acompanhava os conteúdos da plataforma Feliz7Play, Lilian sabia que os planos de sua família, após a morte da avó, estavam voltados para o retorno para São Paulo depois que ela terminasse o ensino médio. Enquanto esse momento não chegava, ela continuava pesquisando sobre os desbravadores. Em suas buscas, encontrou o filme “A Melhor Aventura”, também do Feliz7Play, e se emocionou com toda a história.

“Um dos personagens do filme não tinha condições para ir ao acampamento. Vi a união daquele grupo em prol do garoto. A galera estava sempre disposta a ajudar. Outra personagem passou por um momento de tristeza no rio e os amigos estavam lá por ela. Achei aquilo muito lindo”, destaca.

Lilian revela que sempre foi fascinada pelo escotismo que via nos filmes norte-americanos e por isso sonhava em acampar. Cristã desde pequena, frequentar a igreja era outra paixão. “Uma igreja que possui um clube que faz acampamento, trilha e é unido era tudo o que eu queria experimentar. Por isso, baixei um aplicativo dos desbravadores e pesquisei se havia um clube próximo do bairro onde eu voltaria a morar em São Paulo. Para minha surpresa, encontrei o Clube Águia de Haia, do tempo adventista de Polvilho, em Cajamar”, expõe.

Lilian, então, procurou o clube no Instagram e enviou uma mensagem. Ansiosa para obter um rápido retorno, entrou em contato com uma das meninas que foi marcada nas fotos do clube. “Em dezembro de 2020, mandei mensagem para a Thainá. Hoje somos melhores amigas. Ela intermediou o contato do diretor do clube comigo. Marcamos uma visita no clube e pouco tempo depois que voltei para São Paulo, fui pela primeira vez numa reunião do Clube de Desbravadores. Fui tão bem recebida que me senti abraçada”, salienta Lilian.

Surpresa

Para Thainá Delfino, de 17 anos, a mensagem de Lilian foi uma surpresa. “Eu não fazia ideia de quem ela era, onde morava, só a conhecia pelo Instagram. Foi algo surpreendente. Por causa da pandemia, o clube não estava recebendo tantas visitas. Ela enviou a mensagem num sábado à tarde e perguntou sobre o clube. Nesse dia nos reunimos na igreja, então ficou mais fácil para ela nos encontrar. Eu estava lá quando, de repente, olho para trás e ela apareceu. Fiquei tão feliz! Assim que ela chegou, nos contou que havia ‘maratonado’ o ‘Fora de Série’. Que milagre, temos um fruto do Feliz7Play em nosso clube”, destaca Thainá.

A adolescente complementa que os líderes passaram a envolver Lilian não apenas nas reuniões do clube, mas nos eventos da igreja, inclusive, na Missão Calebe, que Lilian afirma ter sido uma experiência incrível. “Ela fazia questão de ser uma missionária”, valoriza a amiga.

Segundo o diretor do Clube Águia de Haia, Volemberg da Silva, a visita de Lilian foi oportuna. “Já estávamos encerrando as atividades do ano e ela conseguiu comparecer à cerimônia de encerramento/investidura. Acompanhou tudo. Trocamos contato com outros membros do clube para manter comunicação e, no ano seguinte, ela já começou a participar das reuniões. Imediatamente demonstrou interesse em estudar a Bíblia e as doutrinas da Igreja Adventista, uma vez que ela vem de outra denominação”, aponta o líder.

Nova vida

Lilian participou da classe bíblica promovida pelo clube e, embora já fosse batizada em outra denominação, decidiu passar por um novo batismo na Igreja Adventista. Depois de um ano no Clube, ela foi batizada pelo pastor Henrique Silva mesmo templo que passou a frequentar.

Clube Águia de Haia após o batismo de Lilian (Foto: Arquivo Pessoal).

Atualmente, Lilian é capitã de unidade. Ela participa de constantes treinamentos porque sente vontade de liderar um Clube de Desbravadores algum dia. A jovem sonha em levar a mãe, o padrasto e as irmãs para a Igreja Adventista. Inclusive, já apresentou o Clube de Aventureiros para a sobrinha de 7 anos, que começou a frequentá-lo no final do ano passado.

“Hoje, o Clube de Desbravadores significa tudo para mim. Encontrei uma família, uma rede de amigos que preencheu todo o vazio que eu sentia em meu coração. Consigo enxergar Jesus em tudo o que fazem e me sinto motivada a continuar essa jornada de vida enquanto Ele não volta para nos buscar. Hoje me sinto feliz, completa e disposta a ajudar outras pessoas a preencherem esse vazio que me perseguiu por tanto tempo”, vibra.

“Foi uma agradável surpresa perceber o potencial de alcance, divulgação e engajamento das redes sociais e recursos virtuais. Entendemos que o clube precisa estar virtualmente ativo e preparado para receber pessoas que nos encontram dessa forma. Assim, fazemos nossa parte e cumprimos nosso objetivo: salvar do pecado e guiar no serviço”, observa Volemberg. (adventista.org)

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