Juan Carlos da Silva e Silva, de 31 anos, foi condenado a 17 anos e dois meses de prisão em regime fechado, após ser considerado culpado por atropelar e matar a criança Andressa Eva Freitas de Moraes, de apenas 1 ano e 3 meses, em um acidente ocorrido em 2021. O julgamento foi realizado na última quarta-feira (12/03), na cidade de Novo Aripuanã, a 225 quilômetros de Manaus.

O caso remonta a 5 de dezembro de 2021, quando Andressa brincava em uma rua bloqueada na cidade de Manicoré, a cerca de 390 quilômetros da capital, e foi atropelada por Juan Carlos, que estava sob efeito de álcool. A vítima sofreu traumatismo craniano e não resistiu aos ferimentos. O julgamento ocorreu na Câmara Municipal de Novo Aripuanã, após a Justiça acatar pedido da defesa para o desaforamento do caso, considerando a repercussão pública do incidente e a busca por um julgamento imparcial.

O Julgamento

Durante a audiência, o Ministério Público do Amazonas sustentou a acusação de homicídio qualificado, argumentando que Juan Carlos agiu com dolo eventual (sem intenção direta de matar, mas assumindo o risco) e usou um recurso que impossibilitou a defesa da vítima. A defesa, por sua vez, pediu a desclassificação do crime para homicídio culposo, sem intenção de matar, e contestou as qualificadoras.

Após os debates, o júri decidiu pela condenação de Juan Carlos por homicídio triplamente qualificado. O réu foi preso provisoriamente em 2021 e passou mais de um ano detido, período que será descontado de sua pena. Ele deverá cumprir 15 anos e 10 meses de prisão.

A sessão foi presidida pelo juiz Pedro Ésio Correia de Oliveira, com a promotora Jessica Vitoriano Gomes representando o Ministério Público. A defesa foi feita pelo advogado Eguinaldo Gonçalves de Moura.

Detalhes do Crime

Segundo a denúncia do Ministério Público, Juan Carlos estava dirigindo sob forte embriaguez e ignorou o pedido de um morador para retornar, pois a rua estava bloqueada para uma comemoração. Testemunhas afirmaram que ele derrubou cones de sinalização ao acelerar o veículo e invadir a área bloqueada, atropelando a criança que estava brincando no local.

Reações da Família da Vítima

Os pais de Andressa, Andreia Freitas e Mário Moraes, acompanharam de perto o julgamento. Andreia relatou que Juan Carlos demonstrou arrependimento durante o julgamento, pedindo perdão e dizendo que desejava ser condenado. “Ele chorou e pediu perdão de mim. Disse que queria ser condenado e pensou até em se matar”, contou a mãe da vítima, acrescentando que, apesar da condenação, o Ministério Público tem a intenção de recorrer para buscar um aumento na pena.

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