
O cantor Diego Damasceno de Souza, de 29 anos, acusado de agredir sua namorada Kaline Milena, de 30, no início de abril deste ano, será colocado em liberdade por decisão da Vara Maria da Penha, em Manaus. A Justiça atendeu manifestação do Ministério Público do Amazonas (MP-AM), que pediu a absolvição do réu por ausência de provas. O caso, que tramitava sob sigilo, foi arquivado com base no artigo 386, inciso VII, do Código de Processo Penal.
Segundo a decisão, como não houve produção de provas durante as audiências, não seria possível sustentar a acusação contra o artista. O alvará de soltura deverá ser cumprido de forma imediata.
Denúncias de agressões anteriores
O episódio que levou Diego Damasceno à prisão ocorreu na noite de 6 de abril, no bairro Parque 10, zona centro-sul da capital. De acordo com o relato da vítima, a agressão aconteceu após o casal retornar de um evento. Em entrevista concedida após registrar o boletim de ocorrência, Kaline afirmou ter sido agredida dentro do carro pelo companheiro, que estaria embriagado e motivado por ciúmes.
Segundo ela, a discussão foi provocada por um vídeo gravado durante uma ação publicitária no dia anterior, em que aparecia dançando com colegas de trabalho. Na volta para casa, o cantor teria relembrado o episódio e iniciado as agressões físicas ainda com o carro em movimento. Karine teve três dentes quebrados.
“Ele começou a me dar socos, a briga foi porque tive que fazer um reels para uma ação de trabalho e ele não gostou. Já no dia seguinte, voltando de um jogo, ele estava alcoolizado e me agrediu no carro”, relatou a vítima, visivelmente abalada.
A mulher também declarou que não era a primeira vez que sofria violência física por parte do companheiro. Conforme Kaline, episódios anteriores ocorreram em julho e outubro do ano passado, sendo um deles na casa do acusado em Manacapuru. “Ele já havia arrancado um dos meus dentes naquela ocasião”, afirmou.
Após agressão, pedido para “se limpar”
Outro trecho impactante do depoimento da vítima aponta que, após a violência, Diego teria pedido que ela tomasse banho para “se limpar”, ao perceber a quantidade de sangue. “Eu subi para o apartamento muito ensanguentada. Ele viu meu estado e me mandou tomar banho. Recusei e pedi que fosse embora. Pouco depois, vizinhos chegaram, a polícia foi acionada e eu fui levada ao SPA”, relatou Kaline.
Apesar da gravidade dos relatos, a ausência de provas materiais e testemunhais na fase judicial levou à impronúncia e consequente soltura do cantor. O caso reforça os desafios enfrentados por vítimas de violência doméstica no processo de judicialização das denúncias.