
A Justiça do Amazonas determinou nesta quinta-feira (15) a prisão preventiva do policial militar Douglas Napoleão Campos, apelidado de “Senhor das Armas”, após pedido feito pelo Ministério Público do Estado do Amazonas (MPAM). Ele havia sido preso em flagrante no início deste mês transportando duas metralhadoras de uso restrito das Forças Armadas. A decisão, assinada pela desembargadora Carla Maria Santos Reis, revogou a liberdade provisória concedida durante a audiência de custódia.
Douglas foi detido no dia 1º de maio, por colegas da própria corporação, enquanto transportava duas metralhadoras Browning M1919 A4/A6, calibre .30 — armamento antiaéreo de alto poder destrutivo, considerado de uso exclusivo militar. O flagrante ocorreu na Alameda Cosme Ferreira, bairro Zumbi dos Palmares, na zona leste de Manaus.
Durante a audiência de custódia, o Ministério Público, por meio do promotor de Justiça Thiago de Melo Roberto Freire, solicitou a conversão da prisão em flagrante em preventiva, com base no artigo 312 do Código de Processo Penal, argumentando risco à ordem pública e à gravidade da conduta. No entanto, naquele momento, a Justiça optou por conceder liberdade provisória ao PM, impondo medidas cautelares, incluindo o uso de tornozeleira eletrônica.
Posteriormente, o MP ingressou com uma ação cautelar inominada, sustentando que a soltura do policial comprometeria a investigação e a segurança pública. No pedido, o órgão ministerial alertou que o tipo de armamento apreendido é comumente utilizado por organizações criminosas e apontou indícios de possível ligação de Douglas com o tráfico de armas.
“O porte desse tipo de armamento, com indícios claros de fins espúrios, aponta não apenas para a prática de crimes graves, mas também para o envolvimento de um agente das forças de segurança com atividades ligadas a organizações criminosas. Por isso, para restabelecer a ordem e garantir a integridade da investigação, foi necessário recorrer da decisão”, declarou o promotor Thiago de Melo.
Com a nova decisão judicial, Douglas Napoleão permanece preso enquanto prosseguem as investigações sobre sua atuação e possíveis conexões com o crime organizado.










