Reprodução/Beatriz Lina/Instagram

O policial militar Henrique Otavio Oliveira Velozo, acusado de matar o lutador de jiu-jitsu Leandro Lo com um tiro na cabeça, será demitido da corporação. 

A decisão foi tomada pelo Tribunal de Justiça Militar do Estado de São Paulo (TJMSP) durante o julgamento do PM Henrique realizado na tarde desta quarta-feira (18).

“Os sete desembargadores militares votaram favoravelmente à perda do posto e da patente no processo especial iniciado no Comando Geral da Polícia Militar e encaminhado à Secretaria da Segurança Pública, após o cometimento de condutas consideradas graves infrações disciplinares, classificadas como desonrosas e incompatíveis com a função policial-militar, além de atentatórias à instituição, ao Estado e aos direitos humanos fundamentais”, diz nota oficial do TJMSP.

Veja comunicado na íntegra: 

“Em sessão realizada na tarde desta quarta-feira (18), o Pleno do Tribunal de Justiça Militar do Estado de São Paulo (TJMSP) decretou, por unanimidade, a incompatibilidade do tenente da Polícia Militar Henrique Otávio Veloso para o exercício de suas funções, considerando procedente o Conselho de Justificação ao qual foi submetido.

Os fatos geradores ocorreram em 7 de agosto de 2022, durante um show musical em um clube na zona sul da capital paulista. Na ocasião, o tenente, que estava de folga e em trajes civis, teria se envolvido em uma discussão e efetuado um disparo de arma de fogo contra o civil Leandro Lô Pereira do Nascimento. A vítima foi atingida na cabeça e não resistiu aos ferimentos.

Por se tratar de crime doloso contra a vida, o julgamento do homicídio será realizado pela Justiça Comum, com audiência marcada para o dia 5 de agosto. Já o processo competente à Justiça Militar, voltado à avaliação da permanência do oficial nos quadros da corporação, destacou-se por sua celeridade, tendo início em 24 de abril deste ano e concluído nesta quarta-feira, com apenas 74 dias de tramitação.”

Henrique teve um outro julgamento, que estava marcado para o dia 22 e 23 de maio, suspenso. Na ocasião, os advogados do suspeito alegaram que o juiz prejudicou o direito de defesa, pois três dias antes do julgamento, o mesmo não quis ouvir os depoimentos dos peritos particulares, alegando que os pareceres escritos já eram suficientes.

Entenda a morte de Leandro Lo

O caso ocorreu em agosto de 2022, quando Leandro Lo, octacampeão mundial da modalidade, foi baleado na cabeça durante um show no Clube Sírio, na zona sul de São Paulo. Desde então, o tenente Velozo permanece detido preventivamente no presídio Romão Gomes, na Zona Norte da cidade.

Segundo as investigações policiais, Leandro Lo se envolveu em uma discussão no clube. Em um primeiro momento, o lutador teria derrubado o policial militar Henrique Otávio Oliveira Velozo, que o teria provocado.

Velozo, então, teria se retirado do local e retornado armado, efetuando um disparo fatal na cabeça do atleta. Após o disparo, o policial ainda teria chutado Lo duas vezes, mesmo com o lutador já desacordado no chão, antes de deixar o local.

Henrique Velozo se apresentou à Corregedoria da Polícia Militar no dia seguinte ao crime e foi conduzido à delegacia para prestar depoimento. A Justiça decretou sua prisão temporária, que posteriormente foi convertida em preventiva. O PM foi indiciado por homicídio por motivo fútil, e o caso segue sob investigação do 16° DP, na Vila Clementino.

Apesar de estar detido preventivamente, o policial militar Henrique Otavio Oliveira Velozo continua recebendo seu salário de tenente da PM. Em decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que o governo de São Paulo retomasse o pagamento do soldo mensal ao policial, sob o entendimento de que a suspensão da remuneração só seria legal após uma condenação com trânsito em julgado.

A defesa do policial militar, o advogado Claudio Dalledone, se manifestou sobre o caso. Veja vídeo:

Com informações de CNN Brasil.

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