
A atriz Larissa Manoela revelou que convive com crises de ansiedade há cerca de seis anos e que, desde então, tem buscado apoio psicológico para compreender e manejar os sintomas. A declaração, feita recentemente, reforça a importância de tratar com seriedade um tema que afeta milhões de pessoas no Brasil e no mundo.
“Às vezes, a ansiedade nos invade de uma forma tão intensa que parece maior do que a gente”, afirmou a atriz, que recorreu à terapia e à leitura de livros especializados para desenvolver estratégias de enfrentamento. O assunto ganhou ainda mais relevância por também estar sendo abordado na novela de época “Êta Mundo Bom!”, da TV Globo, em que Larissa atua.
Ela se junta a uma lista de artistas que já falaram abertamente sobre o tema, como Selena Gomez, Tatá Werneck, Luísa Sonza, Rafa Kalimann, Thaila Ayala, Angélica, Wanessa Camargo, Demi Lovato, Adele e Lena Dunham — todas com experiências marcantes com a ansiedade.
Ansiedade: quando o normal se torna patológico
Segundo o psicólogo e neuropsicólogo Damião Silva, sentir ansiedade é parte natural da experiência humana. “Ela é uma resposta adaptativa do organismo. Serve para nos preparar diante de riscos e desafios. Mas deixa de ser saudável quando se torna persistente, desproporcional e incapacitante”, explica.
Os sintomas são variados e podem ser físicos, emocionais e comportamentais: taquicardia, insônia, tensão muscular, pensamentos acelerados, perfeccionismo, evitação de situações e até comportamentos compulsivos, como destaca Damião.
A psicóloga Leticia de Oliveira complementa: “É normal sentir ansiedade ao dar uma palestra ou viajar. Mas quando ela surge em situações cotidianas, como ir ao trabalho ou encontrar amigos, é sinal de alerta. O transtorno começa quando a pessoa evita viver por medo de sentir.”
Sinais de alerta e formas de tratamento
Para o psiquiatra Dr. Iago Fernandes, a ansiedade se torna transtorno quando interfere na rotina, produtividade e qualidade de vida. “Não se trata apenas de nervosismo ou preocupação. Os sintomas precisam ser avaliados, especialmente se forem persistentes e causarem sofrimento intenso.”
Entre os sintomas listados pelo especialista estão: palpitações, desconforto respiratório, pensamentos intrusivos, medo irracional, irritabilidade e compulsões. Ele reforça que o tratamento deve ser multimodal, com foco na Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), mudanças no estilo de vida, e, se necessário, medicação alopática, fitoterápicos ou cannabis medicinal, sempre com acompanhamento médico.
Quebrando o tabu com informação e coragem
O relato de Larissa Manoela fortalece a importância do diálogo público sobre saúde mental, especialmente entre jovens. “Sentir ansiedade não te faz fraco. Ignorar os sinais, sim”, enfatiza Dr. Iago.
Aos poucos, celebridades, profissionais da saúde e instituições têm contribuído para quebrar o estigma que ainda cerca os transtornos mentais. Ao compartilhar sua história, Larissa ajuda a mostrar que buscar ajuda é um ato de coragem e cuidado consigo mesmo.
Com informações de IstoÉ