Apoiadores do candidato presidencial da Coreia do Sul, Lee Jae-myung, do Partido Democrata, aguardam sua chegada para um comício de campanha em 2 de junho de 2025, em Seul, Coreia do Sul. - Getty Images

Após um período de forte instabilidade política provocado pela tentativa de golpe do ex-presidente Yoon Suk-yeol, a Coreia do Sul parece ter escolhido um novo rumo. Segundo pesquisas de boca de urna divulgadas pelas principais redes de televisão do país — KBS, MBC e SBS — o candidato do Partido Democrata, Lee Jae-myung, lidera a corrida presidencial com cerca de 50% dos votos, superando seu principal adversário, Kim Moon-soo, do Partido do Poder Popular, que teria alcançado 39,4%.

Outro levantamento, realizado pela emissora MBN, projeta resultado semelhante, atribuindo a Lee 49,2% da preferência do eleitorado. Os dados reforçam a expectativa de que o político liberal seja confirmado como novo presidente ainda nesta terça-feira (3/6), encerrando um dos ciclos mais turbulentos da jovem democracia sul-coreana.

A eleição presidencial foi convocada após a destituição de Yoon Suk-yeol, que em dezembro do ano passado tentou instaurar a lei marcial e dissolver o Parlamento, alegando ameaças da Coreia do Norte. O episódio gerou forte reação institucional. Em questão de horas, parlamentares romperam o bloqueio militar e revogaram a medida. Meses depois, a Corte Constitucional confirmou, por unanimidade, a perda de mandato de Yoon, que chegou a ser preso brevemente.

O trauma político resultou em um comparecimento eleitoral significativo: segundo a agência Yonhap, aproximadamente 73,9% dos eleitores foram às urnas. Ao todo, mais de 32,8 milhões de sul-coreanos votaram em mais de 14 mil seções eleitorais espalhadas pelo país.

Em um pleito marcado pela polarização entre propostas de restauração democrática e discursos de segurança nacional, Lee Jae-myung prometeu superar o que classificou como “forças de insurreição” associadas ao governo anterior. Já Kim Moon-soo tentou distanciar-se do legado de Yoon, defendendo uma nova era conservadora “sem traços de autoritarismo”.

Yoon Suk-yeol e sua esposa, Kim Keon Hee, também compareceram às urnas nesta terça-feira, em uma seção localizada ao sul de Seul.

A apuração dos votos teve início imediatamente após o encerramento da votação, às 20h no horário local (8h em Brasília). A posse do novo presidente ocorrerá assim que o resultado oficial for confirmado, marcando o início de uma fase de reconstrução institucional para a Coreia do Sul.

Com informações de Metrópoles

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