Foto: Andrej Isakovic - Pool/Getty Images

Em entrevista publicada pelo veículo “Vanity Fair” na última segunda-feira (8/8), o heptacampeão da Fórmula 1 Lewis Hamilton fez revelações sobre sua infância, que nem os pais dos britânico tinham conhecimento. Hamilton contou que sofreu um ataque racista durante a infância e deu detalhes de quando ingressou na modalidade em 2007.

De acordo com o piloto da Mercedes o caso ocorreu quando ele tinha 11 anos e caminhava pelas ruas de Newcastle. Segundo o relato, uma dupla formada por pai e filho o atacou sem justificativas. A dupla o derrubou facilmente, começaram a chutá-lo e gritar para que ele voltasse ao país de origem.

“Lembro como era aterrorizante. Eu realmente não conseguia entender. Era como: ‘Eles estão falando comigo? Eu sou daqui. O que eles querem dizer?’. Eu nunca poderia entender isso. Quando você está sendo atacado, há esse medo – há medo e também raiva, porque você quer devolver a dor que eles estão causando a você”, explicou o piloto

Hamilton revelou que nunca contou para sua mãe, pois achava que ela não entenderia. Já no caso do pai, Lewis achou que contando o ocorrido para o mais velho, seu pai o acharia um covarde.

“Eu só me lembro de muitas vezes estar sozinho, apenas chorando no meu quarto.”

Ainda na entrevista, o heptacampeão afirmou que nunca se sentiu bem recebido na modalidade, e acredita que seu estilo era a principal causa da rejeição.

“Não me senti aceito. Deus sabe quantos desses pilotos dizem: ‘Isso não é o que um piloto de Fórmula 1 é. Não é assim que você se comporta. Não é assim se faz. Tatuagens? Não! Um piloto de Fórmula 1 não tem tatuagens! Um piloto de Fórmula 1 não tem personalidade — e piercings!’ “, contou Lewis a Vanity Fair.

Este não foi o único episódio de rejeição revelado por Hamilton. O piloto contou também que era um dos poucos garotos negros da escola, e sempre o colocavam nas classes mais baixas sem muitas chances de progredir. Hamilton se lembra de acreditar que nunca seria nada, após ouvir a declaração de uma professora.

O piloto da F1 fala sobre isso agora como se sua crueldade e indiferença se tornassem uma espécie de presente: “Na verdade, eu não guardo rancor dessas pessoas”.

O racismo na escola não acabou com o episódio da professora. Um certo dia, um colega de classe de Hamilton foi severamente espancado por seis meninos dentro do banheiro da escola. Hamilton foi um dos que presenciou a cena, mas não participou das agressões.

Dias depois do ocorrido, os agressores foram identificados e punidos, mas o diretor queria culpar Lewis pelo episódio. “Ainda não tenho provas para me livrar de você”, teria dito o diretor, que voltou a chamar o britânico dias depois. “Tenho o suficiente para me livrar de você”, alegando que ele teria chutado o garoto agredido. Hamilton acabou expulso do colégio.

Nos últimos anos, Hamilton tem sido uma das vozes mais ativas da Fórmula 1 falando sobre diversas causas de cunho social. (Metrópoles)

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