
Durante a 66ª Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul, realizada nesta quinta-feira (3/7) em Buenos Aires, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a assinatura do acordo de livre comércio entre o bloco sul-americano e a União Europeia, além da ampliação das parcerias com outros mercados estratégicos.
Ao assumir a presidência pro tempore do Mercosul pelos próximos seis meses, Lula afirmou estar confiante de que os acordos com a União Europeia e com a EFTA (Associação Europeia de Livre Comércio) serão formalizados até o final de 2025. Segundo ele, a medida criará uma das maiores áreas de livre comércio do mundo.
Moedas locais, Rota Bioceânica e foco na Ásia
O presidente também propôs que os países do Mercosul utilizem moedas locais nas transações comerciais internas, a fim de reduzir custos e aumentar a integração regional. Ele defendeu ainda que o bloco avance em acordos comerciais com Canadá e Emirados Árabes Unidos, além de fortalecer laços com mercados asiáticos como China, Japão, Coreia do Sul, Índia, Vietnã e Indonésia.
“Nossa participação nas cadeias globais de valor se beneficiará de maior aproximação com a Ásia, centro dinâmico da economia mundial”, afirmou Lula, destacando que a conclusão da Rota Bioceânica — via terrestre que liga Brasil, Paraguai, Argentina e Chile — poderá reduzir em duas semanas o tempo de escoamento de mercadorias até a Ásia.
Beneficiamento de minerais e soberania digital
Lula também enfatizou a necessidade de que o beneficiamento de minerais críticos, como lítio, cobre, grafita e terras raras, ocorra dentro dos países do bloco, com transferência de tecnologia e geração de emprego e renda locais.
“A corrida por lítio e minerais estratégicos já começou. É essencial garantir que as etapas de beneficiamento aconteçam em nosso território”, declarou.
O presidente também abordou o tema da soberania digital, defendendo a instalação de centros de dados nos países do Mercosul. “As novas tecnologias estão concentradas nas mãos de poucas empresas e países. Trazer centros de dados para a região é uma questão estratégica, que deve vir acompanhada de investimento em energia, proteção de dados e desenvolvimento computacional local”, completou.
Com informações de IstoÉ