
A madrasta da criança que morreu após ser esquecida dentro de um carro por aproximadamente 10 horas declarou à Polícia Civil que não percebeu a presença do menino adormecido no banco traseiro e, por esse motivo, esqueceu-se de levá-lo à creche. Segundo o relato, a criança havia sido medicada para aliviar sintomas gripais. O menino, de três anos, foi encontrado sem vida pela própria madrasta no interior do veículo trancado, na sexta-feira (25), no município de Videira. Um inquérito foi instaurado para apurar as circunstâncias do ocorrido.
De acordo com o delegado Édipo Flamia Helt, a mulher mantinha um relacionamento afetivo com a mãe da criança há mais de quatro anos e descreveu o ambiente familiar como harmonioso, destacando uma boa convivência entre a madrasta e o menino.
Em depoimento, a madrasta relatou que sua rotina habitual envolvia levar a companheira ao trabalho e, em seguida, conduzir a criança à creche. Posteriormente, ela deixava o carro em casa, no bairro Morada do Sol, e utilizava uma motocicleta para deslocar-se até seu trabalho em Tangará.
Na sexta-feira, entretanto, a rotina foi alterada devido ao quadro gripal do menino. Segundo ela, a criança, já medicada, apresentava-se sonolenta e menos ativa do que o habitual. Ao sair de casa pela manhã, o menino já dormia no banco traseiro.
Após deixar a companheira no trabalho, a madrasta retornou para casa, estacionou o veículo por volta das 7h10min, trancou-o e seguiu para o trabalho de motocicleta.
Quando voltou para casa, por volta do meio-dia, passou novamente pelo veículo sem notar a presença da criança. Em seguida, dedicou-se a atividades domésticas. Apenas às 17h30min, ao se dirigir ao carro com a intenção de buscar o enteado na creche, constatou a tragédia.
Ao destrancar o automóvel, encontrou o menino ainda no banco de trás. A mulher afirmou que tentou realizar procedimentos de reanimação e buscou ajuda com uma vizinha. A Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros foram acionados, mas a criança já se encontrava sem vida.
Ainda durante o depoimento, a madrasta informou que é diagnosticada com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e faz uso contínuo de medicação. Após prestar esclarecimentos, ela foi liberada.
A Polícia Civil aguarda agora os laudos periciais que irão determinar a causa e o horário da morte. Outras testemunhas serão ouvidas e imagens de câmeras de monitoramento da região também serão analisadas. Não há prazo definido para a conclusão do inquérito.
Com informações de NSC Total