
Nesta terça-feira, 25 de junho, Moçambique celebra 50 anos de independência de Portugal, conquistada em 1975 após mais de quatro séculos de colonização e uma longa guerra de libertação liderada pela FRELIMO (Frente de Libertação de Moçambique). O movimento nasceu em 1962, impulsionado pelo Massacre de Mueda e influenciado por outras lutas anticoloniais africanas.
A independência veio após a Revolução dos Cravos em Portugal (1974), que abriu espaço para os Acordos de Lusaka e a proclamação oficial da independência em 25 de junho de 1975. Na ocasião, o país enfrentava altíssimos índices de analfabetismo, escassez de profissionais de saúde e um êxodo em massa da população europeia, que detinha a maioria dos postos técnicos e administrativos.
Da guerra civil à paz frágil
Dois anos após a independência, o país mergulhou em uma guerra civil entre a FRELIMO e a RENAMO (Resistência Nacional Moçambicana), que durou 16 anos e só terminou com o Acordo de Roma, em 1992. Desde então, embora o país tenha adotado o multipartidarismo, a FRELIMO se mantém como força dominante.
A paz, no entanto, permanece instável. A RENAMO contesta repetidamente os resultados eleitorais, e desde 2017, ataques jihadistas assolam o norte de Moçambique, especialmente em Cabo Delgado, região rica em gás natural e alvo de investimento estrangeiro. A presença militar de países como Ruanda e Tanzânia busca conter o avanço dos extremistas.
Desafios atuais
Apesar de anos de crescimento econômico, Moçambique ocupa a 185ª posição no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), enfrentando desigualdades sociais, escândalos financeiros, como o caso das “dívidas ocultas”, e desconfiança generalizada na política institucional.
A FRELIMO abandonou o marxismo-leninismo nos anos 1990 e passou a adotar uma política econômica de orientação liberal. Atualmente, o partido é liderado por Daniel Chapo, que tenta manter a estabilidade política em meio à pressão popular e ao cenário internacional complexo.
Com informações de RFI