O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), intimou o candidato e influencer Pablo Marçal (PRTB) a depor em 24 horas, após Marçal utilizar a rede social X, bloqueada no país desde 30 de agosto.
Caso o influencer não vá depor, ele poderá ser punido, inclusive, com a cassação de sua elegibilidade. Marçal concorre à Prefeitura de São Paulo e tem Guilherme Boulos (PSol) como principal adversário.
Segundo a decisão de Moraes, a postura de Marçal no X “caracteriza abuso do poder econômico e no uso indevido dos meios de comunicação, sendo grave a afronta à legitimidade e normalidade do pleito eleitoral, podendo acarretar a cassação do registro ou do diploma e inelegibilidade”.
Moraes diz ainda que o candidato fez “uso sistemático deste perfil na data de hoje, bem como nos dias anteriores” e cabe na “hipótese de monitoramento de casos extremados, em que usuários utilizam subterfúgios para acessar e publicar na plataforma X, de forma sistemática e indevida, com a finalidade de propagar desinformação em relação as eleições de 2024, com discurso de ódio e antidemocráticos”.
Um desses exemplos foi a propagação por Marçal de um laudo falso de Boulos. Nesse documento, o psolista aparecia como já tendo sido admitido em internação hospitalar por uso de cocaína.
Mais cedo, o juiz Rodrigo Marzola Colombini, da 2ª Zona Eleitoral de São Paulo, concedeu liminar para os posts falsos de Marçal fossem excluídos de todas as redes sociais.
Depois, a Polícia Federal anunciou que abrirá um inquérito contra o candidato por veiculação do documento falsificado. As provas coletadas pela instituição aparecem na decisão de Moraes, incluindo um post do influencer intitulado “tá aqui a prova sobre Boules”.
Questionado nesta tarde, Marçal disse não ter “nenhuma ligação” com o laudo mentiroso. “Não fui eu que dei o laudo, só publiquei. […] Tem que checar com meu advogado, ele que recebeu”, afirmou.