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O número total de mortes no Brasil por câncer de cabeça e pescoço crescerá de 17 mil para 30 mil em 2050, representando um aumento de 86%, segundo levantamento feito pelo Grupo Brasileiro de Câncer de Cabeça e Pescoço (GBCP). No mesmo período, o número de casos deve aumentar de 61 mil para 93 mil (52%).

O estudo foi realizado com dados da base Cancer Tomorrow da Agência Internacional para Pesquisa do Câncer da Organização Mundial da Saúde (Iarc/OMS) sobre a epidemiologia do câncer de boca/cavidade oral, laringe, faringe, nasofaringe, glândulas salivares, orofaringe e tireoide.

Com a proposta de contribuir para a mudança desse cenário, o GBCP, em alusão ao Julho Verde, mês de conscientização sobre câncer de cabeça e pescoço, realiza a campanha “cultive prevenção, colha vida”. A ação visa alertar sobre a importância da prevenção, que inclui evitar o fumo, bebidas alcoólicas, vacinar-se contra o HPV, manter a higiene bucal, não se expor ao sol sem prevenção, usar preservativos nas relações sexuais e estar atento aos sinais e sintomas.

Os diferentes tumores localizados na região de cabeça e pescoço acometem a cavidade oral (boca, lábios, língua, gengiva, assoalho da boca e palato), seios da face (maxilares, frontais, etmoidais e esfenoidais), faringe (nasofaringe, orofaringe (onde se encontra a amígdala e a base da língua) e hipofaringe (porção final da faringe, junto ao início do esôfago), além da laringe (supraglote, glote e subglote), glândulas salivares e glândula tireoide.

Quais são os sinais e sintomas de câncer de cabeça e pescoço?

De acordo com o GBCP, os principais sinais e sintomas do câncer de cabeça e pescoço são:

  • Ferida na boca que não cicatriza;
  • Dor na boca;
  • Nódulo persistente ou espessamento na bochecha;
  • Área avermelhada ou esbranquiçada nas gengivas, língua, amígdala ou revestimento da boca;
  • Irritação na garganta ou sensação de que alguma coisa está presa ou entalada na garganta;
  • Dificuldade para mastigar ou engolir;
  • Dificuldade para mover a mandíbula ou a língua;
  • Dormência da língua ou outra área da boca;
  • Inchaço da mandíbula que faz com que a dentadura ou prótese perca o encaixe ou incomode;
  • Dentes que ficam frouxos ou moles na gengiva ou dor em torno dos dentes ou mandíbula;
  • Mudanças na voz;
  • Nódulos ou gânglios aumentados no pescoço;
  • Perda de peso;
  • Mau hálito persistente.

Reconhecer os sintomas e buscar ajuda médica ao identificá-los é essencial para o diagnóstico precoce da doença. Isso aumenta as chances de o câncer ser detectado em fase inicial e de o tratamento ser bem-sucedido. No entanto, a cada dez casos do tumor no Brasil, oito são identificados em estágio avançado, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca).

Segundo o GBCP, dados mostram que 85,4% dos pacientes estão vivos cinco anos após o tratamento quando o tumor era inicial, localizado apenas no órgão. Quando a doença se espalha pelos linfonodos, a taxa de sobrevida em cinco anos cai para 69,4%. Com doença à distância (metástase) a taxa é de 36,9%.

Como a doença é detectada?

O câncer de cabeça e pescoço pode ser identificado, inicialmente, através de exame clínico (visual) durante consulta ou durante atendimento com dentista. A confirmação do diagnóstico acontece através da biópsia.

Alguns exames de imagem, como a tomografia computadorizada, também pode ajudar no diagnóstico e a avaliar a extensão do tumor.

Como é tratada?

O tratamento depende do tipo de câncer de cabeça e pescoço e o estágio da doença. Geralmente, envolve cirurgia e/ou radioterapia. Em alguns casos, a quimioterapia pode ser feita de forma complementar.

Com informações de CNN Brasil.

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